quinta-feira, 25 de novembro de 2010

ASSENTO PERMANENTE NO CONSELHO DE SEGURANÇA

O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) afirmou ontem que o apoio dos Estados Unidos à Índia para que passe a integrar o Conselho de Segurança da ONU não atrapalha a pretensão do Brasil de ter assento permanente no órgão.



Amorim argumentou que os dois países não brigam pela mesma vaga porque, se de fato houver reforma do conselho, todos os continentes terão que estar representados. Segundo ele, é certo que nesse cenário de mudanças o Brasil tem presença garantida.



\"[O apoio dos EUA] afetam positivamente porque mostra que [o presidente norte-americano Barack] Obama está com a cabeça aberta para a entrada de outros países\", disse. A declaração de apoio de Obama, para o chanceler, coloca a reforma \"na ordem do dia\".



Amorim não detalhou as propostas que o Brasil levará a Seul para reunião do G20. Disse, no entanto, que as medidas monetárias adotadas pelos Estados Unidos precisam ter \"uma certa supervisão\" e um reforço dos mecanismos multilaterais como forma de impedir que economias de outros países sejam afetadas.



\"Não podemos dar conselhos ao presidente dos Estados Unidos, mas é preciso reforço dos mecanismos multilaterais\", afirmou o chanceler.



O CS foi discutido pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em sua visita à Índia. Anteontem, em um discurso no Parlamento local, ele disse \"que, nos anos que vierem, desejamos um Conselho de Segurança reformado\" e apoiou a demanda do país asiático por um assento permanente.




\"Nos anos seguintes, eu espero ansiosamente por um Conselho de Segurança das Nações Unidas reformado que inclua a Índia como membro permanente\", disse Obama em discurso a Parlamento indiano, em sua primeira visita oficial à maior democracia do mundo.



Por outro lado, Obama alertou que a Índia teria que assumir um papel mais responsável em assuntos internacionais, como pressionar o governo de Mianmar para adotar a democracia. \"A Índia constantemente se esquivou de alguns desses assuntos. Mas falar por aqueles que não tem voz não é interferir nos assuntos de outros países.\"





O apoio a Índia vem num momento em que o país compete cada vez mais com a China pelos recursos globais, da África à América Latina. Mas sua assertividade econômica vem frequentemente acompanhada por uma diplomacia cautelosa em assuntos como Mianmar e as relações com o Irã.

viagem a moçambique

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, viaja hoje a Moçambique, onde inaugurará a primeira fase do projeto de uma fábrica de antirretrovirais e outros medicamentos que abastecerão várias nações africanas.




Fontes da chancelaria brasileira destacam que esta é a terceira visita de Lula a Moçambique e sua décima segunda viagem à África.



Nesta ocasião, estará acompanhado, entre outros, pelos ministros de Relações Exteriores, Celso Amorim; Saúde, José Gomes Temporão; e Educação, Fernando Haddad.



As fontes destacam que a fábrica de antirretrovirais e outros medicamentos foi uma ideia do presidente Lula apresentada em 2003 e busca dotar esse país africano dos meios necessários para, a partir de 2011, melhorar sua capacidade de implementar políticas sanitárias para combater o HIV/SIDA.



Apontam que a agenda do presidente prevê também uma conferência na sede de Maputo da Universidade Aberta do Brasil, uma iniciativa da cooperação brasileira destinada à formação de professores.



Em recente conferência com jornalistas nacionais e estrangeiros, o secretário adjunto de imprensa da presidência, Carlos Villanova, informou que o presidente sai esta manhã de Brasília para Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia, de onde viajará a Maputo.



Indicou que Lula chegará nas primeiras horas de amanhã e antes do meio dia assistirá à instalação da sede da Universidade Aberta do Brasil. Depois, prosseguiu, Lula sustentará um encontro com empresários moçambicanos e brasileiros.



Durante a tarde será recebido pelo premiê moçambicano, Ares Ali, e depois pelo presidente dessa nação africana, Armando Guebuza, que oferecerá um jantar em sua honra.



Na quarta-feira, indicou Villanova, Lula visitará as obras da fábrica de antirretrovirais que é edificada com tecnologia doada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e constitui uma importante iniciativa bilateral que não só beneficiará Moçambique, como também outras nações da África Austral.



Depois de assinalar que a visita a Maputo deve ser a última de Lula à África como chefe de estado brasileiro, o porta-voz alterno da presidência assegurou que, do ponto de vista simbólico, Moçambique é provavelmente o país ideal para esse fato, pois nos últimos oito anos cresceram enormemente as relações bilaterais.



O anterior, exaltou Villanova, em função da prioridade atribuída ao continente africano pela política externa do presidente Lula e acrescentou que Moçambique é hoje o maior beneficiário da cooperação brasileira na África e o segundo no mundo, após o Haiti.



"O presidente Lula vai a Moçambique prestigiar duas das mais importantes iniciativas de cooperação brasileira nesse continente, ambas criadas por ele: o projeto de fábrica de antirretrovirais, com tecnologia da Fiocruz, e as três primeiras sedes da Universidade Aberta do Brasil, em Maputo, Beira e Lichinga", ressaltou

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

GUERRA DO CLIMA

 No ano passado, o mundo viveu dias de grande expectativa em relação à Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15), em Copenhague, na Dinamarca. O encontro, o primeiro após as eleições do presidente Barack Obama, era visto como histórico para o fechamento de consenso das metas e adoção de um novo protocolo de redução das emissões de gaes para substituir o de Quioto, que só vigora até 2012. Mas foi um fiasco.




Daqui a uma semana, no dia 29 de novembro, representantes de quase 200 países vão se reunir na COP-16, em Cancun, no México. Até 10 de dezembro, espera-se concluir o que ficou pendente na Dinamarca. O clima é de descrédito — até pelo estilo nada conservacionista da cidade turística. Para muita gente, a falta de expectativa pode ter um gosto de virada, só para contrariar.



Do lado dos pessimistas está a chanceler mexicana, Patricia Espinosa, que afirmou que “não estão dadas as condições” para se adotar novo acordo de redução de emissões de gases do efeito estufa na próxima conferência. Segundo ela, o máximo que se tende a conseguir é “uma agenda básica”.



O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, também não tem grandes esperanças. “As expectativas para Cancun são modestas. Não esperamos chegar a um grande acordo”, afirmou, no Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.



HORA DE CURAR A RESSACA



Líderes europeus estão se mobilizando para pressionar China, Estados Unidos e economias emergentes a prorrogar o Protocolo de Quioto, caso o documento não saia. A briga que gerou o impasse na Dinamarca foi entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, que empurravam um para o outro a responsabilidade sobre o combate às emissões que geram o aquecimento global.



Para ativistas do Greenpeace, “é hora de curar a ressaca de Copenhague e arregaçar as mangas”.“Mais um ano se passou, as temperaturas voltaram a bater recordes, as catástrofes naturais, como a intensa seca na Amazônia, batem à porta, relembrando que o aquecimento global é um problema sério e urgente”, diz Nicole Figueiredo, da campanha de Clima do Greenpeace. “Infelizmente, enquanto as negociações não caminham, as populações mais pobres já sofrem com o aquecimento global”, acrescenta.



O Greenpeace defende que os países participantes da COP16 assumam metas ambiciosas de redução de emissões, reconhecendo que um aquecimento em 2º graus é perigoso para a vida na Terra e que, para isto, o pico de emissões globais deve ser alcançado até 2015, começando a decair logo em seguida. Pede ainda pelo estabelecimento de um novo fundo para o clima, capaz de financiar pesquisa em inovação e medidas de adaptação e, por fim, demanda mecanismos de proteção de nossas florestas nativas.

REUNIÃO DO BRIC

Os ministros das Relações Exteriores da China, Rússia e Índia, que integram com o Brasil o chamado grupo dos Bric (acrônimo que representa os quatro principais países emergentes), reuniram-se no dia 15 de novembro de 2010 na cidade chinesa de Wuhan. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, não participou da reunião. Os chanceleres dos três países ratificaram a disposição de aprofundamento da cooperação em questões internacionais e regionais.








A ideia é elaborar ações de prevenção a desastres naturais, estímulos a programas agrícolas e de saúde pública, assim como ampliar as parcerias nas áreas da indústria e do comércio. As informações são da Xinhuan, agência oficial de notícias da China.



O chanceler chinês, Yang Jiechi, disse que os representantes dos três países, China, Rússia e Índia, tiveram posições idênticas em relação às perspectivas de cooperação regional. Segundo ele, com um trabalho de coordenação conjunto será possível ampliar as oportunidades de ação para o desenvolvimento e lidar com os desafios.



Para Jiechi , é importante que a Organização das Nações Unidas (ONU) participe desse trabalho conjunto. De acordo com ele, o mundo passa por mudanças profundas que alteram a ordem econômica e política e, por essa razão, é fundamental desenvolver o "sentido da igualdade e da democracia".



A próxima reunião dos Bric ocorrerá em 2011, também na China. Os ministros das Relações Exteriores Sergei Lavrov (Rússia), S. M. Krishna (Índia) e Yang Jiechi (China) reiteraram a necessidade de ampliar os esforços para garantir mais segurança na Região Ásia-Pacífico. Segundo Jiechi, as disputas são saudáveis quando não há ameaças de prejuízos aos demais parceiros internacionais.

MEXICO E BRASIL

Um tanto na surdina, México e Brasil deram início nesta semana à negociação de um acordo de integração econômica com potencial para mexer, a médio e longo prazo, não apenas com o tabuleiro comercial do hemisfério. Trata-se, em resumo, das duas maiores economias da América Latina, com o maior grau de desenvolvimento industrial, cada qual inserida em um dos dois grandes blocos da região — Nafta e Mercosul. Com a diferença de que o Brasil ocupa, no seu contexto, um lugar central ao qual o México jamais poderá aspirar, na América do Norte.




É a breve história dessa aproximação, com seus antecedentes e o desenrolar dos bastidores, que dão a esse movimento um alcance geopolítico muito maior que os prováveis desdobramentos econômicos. Antes de mais nada, o acordo resulta de uma reorientação substancial na política externa mexicana, enunciada praticamente desde os primeiros passos do presidente Felipe Calderón, empossado no fim de 2006. Seu antecessor imediato (e correligionário na legenda direitista PAN), Vicente Foz, investiu os seis anos de governo no Nafta, para afinal entregar o poder desgastado pelo impacto negativo do livre-comércio com os EUA e o Canadá para a indústria mexicana. A crise de 2008, já no mandato de Calderón, reduziu a pó qualquer dúvida sobre a urgência de repensar a frente externa.



Em agosto de 2009, quando o presidente mexicano visitou o Brasil e deu com Lula o pontapé inicial para o processo de associação, um alto funcionário mexicano deixou claro, em conversa reservada, que seu governo tinha tomado a decisão de explorar as possibilidades de cooperação com o Mercosul. Naquela altura, equipes técnicas de ambos os países foram instruídas a estudar mecanismos para contornar os impedimentos decorrentes da pertinência do México ao Nafta. Não por acaso, foi Calderón quem, no fim de 2008, apresentou à Cúpula do Sauípe a proposta de formalizar um fórum para a integração político-econômica da América Latina e do Caribe.

INSTITUTO INTERNACIONAL LULA DA SILVA

"Uma das primeiras decisões a adotar é alugar um prédio de onde a Lula da Silva Instituto vai operar no Ibirapuera, são Paulo", disse Gilberto Carvalho, chefe do gabinete presidencial.




"A idéia é comprar mais tarde o edifício que será usado como um memorial e um grupo de reflexão do debate político", acrescentou Carvalho.



O conselheiro próximo presidente brasileiro disse que "em casa, tarefa da Lula da Silva será ajudar com as reformas políticas que o país precisa. No exterior sua meta é ajudar África".



Carvalho revelou planos de que Lula da Silva em África, depois de oito anos no governo, e que foram informadas ao Vaticano "recebeu uma recepção muito calorosa e endosso da Santa Sé".



Lula da Silva passos para baixo do cargo depois de ter sido o Presidente que mais viajou e visitou a África. Doze viagens em oito anos de acordo com estrangeiros Ministro Celso Amorim, que acrescentou que o continente Africano tornou quarto parceiro de comércio do Brasil, atrás de China, Argentina e Estados Unidos.



Os últimos quatro anos da política externa brasileira tem sido assinalados por abertura de embaixadas nos países africanos e uma fila de rotina de visitas dos Presidentes africanos para Brasília, líder da Zâmbia mais recente Banda de Bwezani Rupiah.



Brasil também criou um balcão de agricultura em Gana para promover a agricultura em África; etanol projetos no Senegal, Zimbábue e na Tanzânia e tem sido enviar sobre um base regular de alimentos e medicamentos para alguns dos países mais atingida por conflitos, incluindo a Somália.



Última viagem presidencial africano do Lula da Silva foi para Moçambique, onde abriu uma fábrica de farmacêuticos genéricos.



Carvalho disse que o investimento na África não é apenas ajuda humanitária para os interesses brasileiros. Com 53 países do continente é crucial para determinar votos em caso de eleição futuros membros de uma alargada das Nações Unidas Conselho de segurança, um dos objectivos de política externa principal do Brasil.



Por outro lado com ainda inexplorados vastos recursos de hidrocarbonetos e minerais do continente africano é também uma promessa rentável para grandes corporações brasileiras, como Petrobras e Vale Doce (ferro).

CONSELHO DOS EMIGRANTES

O governo precisa reconhecer o direito dos emigrantes à autodeterminação e criar a Secretaria dos Emigrantes

Os caminhos do movimento emigrante brasileiro, depois da votação que vai escolher um Conselho de Representantes sem nenhuma representatividade junto ao governo.





Embora quase ninguém saiba no Brasil continental, depois das eleições presidenciais, havia, entre os emigrantes, outra eleição – a destinada a eleger um pequeno Conselho junto ao Itamaraty.



Antes de serem conhecidos os resultados, previstos para o fim desta semana, talvez valha a pena uma declaração. Isso porque, uma possível e mesmo previsível derrota, nos tirará a oportunidade de tocar no tema emigração durante algum tempo.



Discordamos desta recente política da emigração brasileira aplicada pelo MRE e pelo ministro Celso Amorim. Apesar de apoiarmos o governo Lula, achamos ter havido uma falha fundamental na abordagem da questão emigrante, com a entrega de sua elaboração a diplomatas e não aos próprios emigrantes.



Desde as primeiras horas da I Conferência Brasileiros no Mundo defendemos uma política de autodeterminação dos emigrantes, independente do Itamaraty. Nunca entendi que tipo de identidade pode haver entre diplomatas e emigrantes, se na diáspora são distantes e muitas vezes antagônicos.



Nessa mesma Conferência, levantamos um abaixo-assinado, majoritário, para a criação de uma Comissão de Transição mista, composta de emigrantes e de membros do governo, para que a Subsecretaria ds Comunidades Brasileiras no Exterior, criada pelo Itamaraty, fosse devolvida aos emigrantes.



O abaixo-assinado foi ignorado pelo MRE, não se falou mais em Comissão de Transição e se está a aplicar uma política onde os emigrantes são representados num subsubgrupo, de assessoria, de consultoria, sem qualquer importância, sem qualquer possibilidade de levar ao governo as reivindicações dos emigrantes e de criar a normatização necessária (estatuto, leis, regulamentos, decretos norteadores da emigração). Os nossos 3,5 milhões de emigrantes merecem coisa melhor que esse subgrupo, impedido pelos filtros do Itamaraty e seus diplomatas, de chegar diretamente ao presidente e à Casa Civil.



Nossos emigrantes têm direito a coisa muito melhor, seguindo-se o exemplo de outros países experientes em emigração, como Portugal. A de possuírem uma Secretaria de Estado, dirigida por emigrantes (temos emigrantes formados em Harvard, Sorbonne, Oxford e outras grandes universidades, capazes de assumir esse desafio).



O governo poderia também fazer pressão sobre seus parlamentares para votarem rapidamente uma emenda constitucional criando parlamentares emigrantes. E assim Lula estaria fechando com chave de ouro seu mandato – depois de ter governado pelos excluídos de dentro do Brasil, criaria as condições para Dilma Rousseff desenvolver uma inovadora política de emigração.



A presidenta Dilma deve se lembrar das palavras de ordem dos anos 60, quando os povos colonizados queriam « sua autodeterminação ». Os emigrantes querem também conduzir sua autodeterminação, diplomatas são diplomatas, quem deve planejar e conduzir a política dos emigrantes devem ser os próprios emigrantes.



Como podemos esperar de consulados e embaixadas e do Itamaraty uma política de emigração, se, no episódio dos filhos de brasileiros condenados a ficar sem a nacionalidade brasileira, nada faziam e foi preciso um movimento de cidadania sair às ruas, nas primeiras manifestações internacionais de emigrantes, para obter do Legislativo a emenda constitucional salvadora ?



Dia 3 de dezembro, no Itamaraty, o presidente Lula, mal assessorado em termos de emigração, vai formalizar um órgão sem utilidade real, destinado apenas a fazer figura diante da população e da mídia. Sim, é preciso haver um Conselho de emigrantes, mas amplo e ligado diretamente à Secretaria de Estado da Emigração, não a uma Subsecretaria secundária e não prioritaria no Itamaraty. Um Conselho de emigrantes fazendo reivindicações a parlamentares emigrantes para serem transformadas em leis.



Um Conselho de emigrantes, eleito na pressa sob suspeitas de fraudes, é uma política de emigração minimalista, sem real interesse em servir aos emigrantes. Não houve um aprendizado que propiciaria uma prévia criação de um órgão institucional autônomo, ligado diretamente à Presidência. Um aprendizado com a criação de circunscrições eleitorais no Exterior para a implantação de partidos e lutas políticas e ideológicas na eleição de parlamentares, inclusive com a criação do voto por correspondência para os emigrantes.



A redação de atas consolidadas ou não consolidadas não leva a nada, algumas reuniões do Conselho de emigrantes e uma Conferência anual de emigrantes, reduzida a dois dias, não darão nenhuma verdadeira representatividade aos emigrantes. Serão, como será a presença do presidente dia 3 no Itamaraty, pura encenação. O Itamaraty deveria reunir só os diplomatas que aproveitam esse encontro com os emigrantes para ir ao Brasil, numa boa época, a do fim de ano, festas natalinas e alta estação.



Não acreditamos na utilidade desse Conselho, só se fosse um conselho de transição para, numa comissão mista, se criar uma Secretaria de Estado.



Por que esta declaração ? Porque provavelmente derrotados, iremos abaixar o volume mas não deixaremos de denunciar o desvio cometido na política brasileira da emigração. E esperaremos que outros emigrantes mais jovens e combativos prossigam reclamando a posse legítima da Subsecretaria das Comunidades Brasileiras no Exterior para transformá-la em algo de linguagem mais simples e menos sofisticada – A Secretaria de Estado dos Emigrantes.



Lula não nos ouviu, não faz mal, quem sabe Dilma terá tempo para querer saber porque tanto reclamamos. E daí, temos certeza, fará o óbvio – abrirá espaço para os emigrantes em Brasília, uma Secretaria de Estado de verdade, capaz de tomar decisões, fazer política pelos emigrantes, não só encenação

BRASIL PARTICIPA DE MISSÃO DE PAZ

Os 15 integrantes do gabinete de segurança do governo do primeiro-ministro Benyamin Netanyahu aprovaram a remoção de militares do norte da vila de Ghajar, mas não fixaram uma data para a retirada.



O vilarejo é dividido em dois pela Linha Azul da ONU, uma demarcação de fronteira entre o Líbano e Israel determinada pela ONU em junho de 2000, para monitorar a retirada unilateral de Israel do Líbano.



Forças



O controle da parte norte de Ghajar será entregue à Força Interina da ONU no Líbano (Unifil), cuja missão é supervisionar a paz na região de fronteira. O governo brasileiro pretende contribuir com a Unifil e enviará nove militares para a região, que provavelmente atuarão na área marítima. Segundo o Itamaraty, o capitão de mar e guerra Gilberto Kerr ocupará o posto de chefe de operações marítimas da Unifil. O plano acordado entre o chanceler Celso Amorim e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, foi encaminhado ao Congresso para aprovação.



Maiores detalhes da nova fase da missão no Líbano ainda serão acertados com as tropas de paz da ONU em dezembro, de acordo com o gabinete do primeiro-ministro israelense. Em comunicado, o gabinete disse ter encarregado o Ministério das Relações Exteriores de concluir as negociações com a ONU para "avançar o expediente o mais rápido possível, preservando a segurança dos cidadãos de Israel e o cotidiano dos habitantes do povoado".



Com a retirada dos seus soldados, Israel estará cumprindo sua parte no acordo com a ONU, mas a cidade vai permanecer dividida.





Cerca de 2 mil pessoas vivem em Ghajar, um vilarejo que já foi parte da Síria. As famílias estão espalhadas dos dois lados da Linha Azul e a escola e prédios municipais estão do lado israelense.



Ocupação



Israel capturou Ghajar da Síria durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Mais tarde, uma demarcação feita pela ONU do território libanês incluiu o norte de Ghajar, deixando a parte sul sob o controle israelense. Mesmo após o fim da ocupação militar de Israel no sul do Líbano, em 2000, os soldados israelenses permaneceram no vilarejo, alegando razões de segurança.



Atualmente, a maioria dos moradores de Ghajar se considera síria, apesar de muitos terem obtido a cidadania israelense durante a ocupação. A maioria é contra o controle libanês da área. O controle da parte norte de Ghajar será entregue à Força Interina da ONU no Líbano (Unifil), cuja missão é supervisionar a paz na região de fronteira.



Fontes do setor de segurança israelense afirmaram à BBC que o acordo final deve prever que os soldados da ONU fiquem estacionados na ponta norte do vilarejo, enquanto que os soldados israelenses deverão ficar no sul. Os moradores poderão circular livremente entre as duas áreas.



Os detalhes do plano serão determinados pelo Ministério do Exterior de Israel e o comandante da Unifil, o general Alberto Asarta, nas próximas semanas. O gabinete de segurança do governo de Israel vai então aprovar o acordo final.



Israel e Líbano, por sua vez, ainda estão tecnicamente em guerra e a região na fronteira continua sendo palco de episódios de tensão. No começo de 2010, a apenas alguns quilômetros de Ghajar, soldados israelenses e libaneses foram mortos em um confr

OITO ANOS DIFÍCEIS

Amorim dirigiu-se a organização internacional do trabalho em Genebra e suas palavras foram interpretadas como um discurso de despedida, depois de ter passado oito anos consecutivos como o Ministro de Assuntos Exteriores articulado do Presidente Lula da Silva, que está pisando pela primeira vez para baixo do próximo mês de Janeiro.




"Quando Mercosul foi criado muitos perguntou por que está estamos perdendo tempo com a Argentina. O argumento era que estamos promovendo as relações com os Estados Unidos e a União Européia e não entre os países pobres. No entanto, hoje em dia ninguém põe em dúvida a importância do Mercosul e o mesmo aconteceu quando criamos Unasur (União dos sul-americanos Nações), porque são estamos tão preocupados com a América do Sul?"



Amorim disse que "ainda temos uma mentalidade colonial, e se nós não quebrar essas barreiras mentais, nós nunca vamos avançar".



O Ministro alegou que a cooperação entre os países em vias de desenvolvimento tem sido um dos motores da diplomacia principal da administração Lula da Silva que tem sido coroado pelo reconhecimento internacional.



"E que era porque não tínhamos nenhum pre-concepts. Quando começamos as nossas relações com os países árabes, verdadeiras placas tectónicas começaram a mover", disse Amorim.



"Quando Lula da Silva começou a viajar para a África, pessoas diria ele foi perder tempo e deveria concentrar-se em Washington, Bruxelas ou Paris. Lá ele passou, mas ele também foi para a África", disse o secretário estrangeiro que recorda-se que o continente Africano tornou agora quarto principal parceiro de comércio do Brasil.



Brasil sempre quis ter uma boa relação com o Norte (países desenvolvidos), mas "nós não estabelecer uma cooperação com o Sul para enfrentar o Norte", sublinhou.



Mas, no entanto, ele criticar o conceito de distribuindo ajuda externa: "quem nunca distribui dinheiro, também dá ordens. Temos de trabalhar para acabar com essa idéia de quem dá e destinatários. Nós somos todos os parceiros".



Amorim lembrou que, durante os oito anos do Presidente Lula da Silva, os Estados Unidos perderam sua relação líder do comércio com o Brasil. O principal destino das exportações brasileiras é agora a China, seguida por vizinha Argentina. "Os Estados Unidos são um terceiro lugar muito ilustre" décadas final de predominância acrescentou o Ministro.



Finalmente, Amorim disse que a política da administração Lula da Silva foi o diálogo com todos os países para ajudar com a melhoria dos direitos humanos, que tem sido uma das principais bandeiras da política externa brasileira nestes últimos oito anos.



Quando perguntado especificamente se ele continuaria com entrada Presidente eleito Dilma Rousseff, Amorim confessou que ele não sabia, "não pode fazer comentários relativo para que. Eu não pertenço a qualquer gabinete, mas o que eu conseguir, que eu sou não construir, mas sim desmontagem".

DOAÇÃO AO CONGO

O governo brasileiro doou US$ 1 milhão para que o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos amplie seu programa de assistência às vítimas de violência sexual na República Democrática do Congo --que desde a segunda metade dos anos 90 vive uma das guerras civis mais sangrentas (e esquecidas) da atualidade, com mais de 4 milhões de mortos no total.



A ONU calcula que cerca de 15 mil mulheres foram vítimas de estupro no país africano apenas em 2008 em 2009, incluindo bebês e idosas. O estupro tornou-se uma arma das diversas facções em luta, divididas em linhas étnicas e que disputam a exploração de recursos, sobretudo minérios. Parte dos grupos é apoiada por países vizinhos, incluindo Ruanda, Burundi e Uganda.



Apesar de uma força de paz da ONU atuar no país desde o início da década, o conflito continua, em baixa intensidade, sobretudo no leste do país.



Em julho e agosto passados, as tropas de paz, formadas principalmente por soldados de países africanos, foram acusadas de terem sido avisadas por líderes comunitários e nada fazer para evitar a violência sexual contra 500 mulheres nas áreas de Luvungi e Uvira.



A doação brasileira foi prometida em setembro e efetivada na visita do ministro do Exterior Celso Amorim a Kinshasa, na semana passada. O projeto financiado visa melhorar a resposta às denúncias de violência sexual e prover às vítimas acesso à Justiça.



O mecanismo foi uma das principais recomendações feitas à República Democrática do Congo na revisão periódica do Conselho de Direitos Humanos da ONU, com sede em Genebra.

EM FAVOR DE SAKINEH ASHTANI

O apelo humanitário do governo brasileiro em favor de Sakineh Mohammadi Ashtani foi reiterado pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em conversa com o chanceler do Irã, Manouchehr Mottaki, no último dia 22. Foi o que informou nesta terça-feira a assessoria de imprensa do Itamaraty.




Na conversa, Amorim falou também sobre a questão nuclear e sobre os alpinistas norte-americanos que se encontram presos no Irã.



O governo brasileiro chegou a oferecer asilo humanitário a Sakineh. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, como cristão, não considera certo que um Estado condene uma pessoa à morte. O apelo, porém, teve alcance limitado porque o Brasil não interfere em questões internas de outros países.







Várias organizações de apoio a Sakineh manifestaram na França o temor de que ela seja executada na quarta-feira. "Sakineh Mohammadi Ashtiani aparentemente está ameaçada de ser executada amanhã, quarta-feira, 3 de novembro", informa um comunicado da revista francesa La règle du Jeu, dirigida pelo filósofo Bernard-Henri Lévy.



"Uma carta da Suprema Corte de Teerã foi enviada ao escritório de aplicação das penas na penitenciária de Tabriz autorizando a execução rápida de Sakineh. As execuções acontecem na quarta-feira, assim estamos terrivelmente preocupados por Sakiney hoje", completa o texto.



Sakineh Mohammadi Ashtiani, 43 anos, foi condenada em 2006 a 10 anos de prisão pela acusação de cumplicidade no assassinato do marido e ao apedrejamento até a morte por várias acusações de adultério, segundo as autoridades iranianas.



A condenação provocou uma enorme campanha internacional para evitar a aplicação da pena, assim como vários questionamentos aos julgamentos.



A preocupação da La Règle du Jeu é compartilhada fundamentalmente pela Liga do Direito Internacional das Mulheres, segundo informações transmitidas na segunda-feira por fontes iranianas ao Comitê Internacional contra o Apedrejamento e ao Comitê Internacional contra a Execução.



Sihem Habchi, da associação de defesa dos direitos das mulheres "Nem Putas Nem Submissas", ligou para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, "a tomar posição, coisa que ainda não fez".



Recém-chegada de Londres, onde reside, a militante iraniana exilada e membro do Comitê Internacional contra o Apedrejamento, Maryam Namazié, considerou que um afrouxamento da mobilização internacional propiciará a execução de Sakineh.



Segundo ela, o poder iraniano "quer executar Sakineh" e escolheu para isso a forca, achando que isso causará menos indignação que o apedrejamento.



O secretário de Estado francês para os Assuntos Europeus, Pierre Lellouche, disse que seu país espera que a pena de morte seja comutada.



A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, também se declarou muito preocupada pelas informações de uma iminente execução.



Segundo um comunicado de seu gabinete, Ashton pede que "o Irã detenha esta execução e comute a condenação".



Várias associações realizaram atos de protestos na tarde desta terça-feira diante da embaixada do Irã em Paris para exigir a libertação de Sakineh.



Em julho, o governo do Irã anunciou que a condenação à morte por apedrejamento, confirmada em 2007 em apelação, estava suspensa e que o caso seria reexaminado.

MISSÃO CUBANA

Uma missão do Governo brasileiro vai deslocar-se a Cuba esta semana para negociar acordos que permitam ao Brasil ajudar as autoridades cubanas a implementar reformas que incentivem o trabalho por conta própria e a criação de pequenas empresas, informou sábado o ministério dos Negócios Estrangeiros.


A missão brasileira, que visita Cuba , terá como objetivo “aprofundar a cooperação bilateral, com destaque para o espírito empreendedor e o desenvolvimento do trabalho por conta própria em Cuba”, segundo um comunicado ­divulgado no sábado pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro. “Serão discutidas possibilidades de cooperação em novas áreas, como tecnologia da informação, estratégias de apoio a pequenos e médios empresários, economia solidária, televisão digital, gestão bancária, tributação de pequenas empresas e nanobiotecnologia”, acrescenta a nota.

O anúncio da disposição brasileira em cooperar em áreas como gestão empreendedora e pequenas empresas acontece duas semanas depois de o Governo cubano ter anunciado uma lei que suprime 500 mil empregos públicos e estimula o trabalho por conta própria. O Governo da ilha espera que cerca de 250 mil cubanos, muitos deles oriundos de demissões no sector estatal, se tornem trabalhadores independentes ou abram pequenas empresas.

Segundo a chancelaria brasileira, o envio da missão a Havana é resultado das conversas que o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, teve em Setembro com o presidente de Cuba, Raúl Castro.

Na ocasião, Amorim entregou a Castro uma carta na qual o Presidente Lula da Silva se disponibiliza a aumentar a cooperação.

UM ESTUDO FUTUROLOGIA

Depois de obter 56,05% dos votos válidos no segundo turno das eleições presidências de 2010, a candidata oficial Dilma Rousseff conseguiu converter-se como era previsível na primeira mulher a ocupar a presidência do Brasil.



O interrogante imediato é saber até que ponto tomará a iniciativa ou se trabalhará à sombra de seu mentor, Luiz Inácio Lula da Silva, que deixa a presidência com altos índices de popularidade (83%).



No plano interno, Rousseff -que contará com maioria na Câmara dos Deputados e no Senado Federal- não só deverá evitar que sua imagem não se veja eclipsada pela de Lula, mas que também tentará avançar onde a gestão de seu mentor não foi eficiente: a luta contra a corrupção, a diminuição das desigualdades sociais e o analfabetismo funcional nos maiores de quinze anos.



Num contexto internacional favorável, a consolidação do crescimento esteve associada ao dinamismo da demanda doméstica graças, principalmente, ao crescimento do salário real, à ascensão da classe média e ao reforço dos planos sociais.



Não cabe nenhuma dúvida, pelo menos de imediato, que Dilma Rousseff continuará com os eixos da política exterior lulista -a integração sul-sul-,especialmente com os países de África e América do Sul, o impulso da presença brasileira em fóruns internacionais e a busca de parceiros não tradicionais como Índia ou China-, ainda que com um tom mais ameno. Há de se considerar que os esforços do Itamaraty, através das ações diretas de Celso Amorim, foram fundamentais para a forte imagem do Brasil perante a comunidade internacional.



Outro ponto que merece destaque em nossa análise, é que o Brasil de Rousseff deverá seguir buscando um lugar permanente no Conselho de Segurança como representante dos interesses da América Latina e manterá uma política exterior independente dos Estados Unidos, como se pôs de manifesto com o caso de Irã.



Já no plano regional, a presidenta eleita manifestou também seu desejo de apoiar um eventual diálogo com as FARC no caso de uma possível solicitação do presidente Santos. O Brasil não é só uma potência econômica emergente e um ator global com peso, mas que aspira ser uma potência militar regional que possa respaldar suas aspirações de potência mundial.



Assim, é possível que o governo de Rousseff provavelmente aprofunde a Estratégia Nacional de Defesa (END) - lançada em dezembro de 2008- com a que se pretende modernizar o aparelho militar e impulsionar uma indústria bélica nacional com capacidade tecnológica própria, inclusive a nuclear, com o objetivo de preservar seus recursos naturais e defender seu território nacional.



A grande pergunta é que grau de autonomia terá Dilma. A “criatura” está à frente da oitava economia do mundo, que desfruta seu status de poder emergente e põe a primeira letra dos BRIC, o grupo de países chamados a liderar a economia mundial.



A campanha presidencial não deu muitas pistas de seu caráter, pois se manteve ofuscada por Lula. Mas seus antecedentes falam de uma dama de ferro, uma mulher de caráter forte, temida por seus colegas no gabinete e com capacidade de comando.





Nos próximos quatro anos, Rousseff terá como desafio consolidar o Brasil como potência mundial. Mas é importante considerar que ela carece do olfato político de Lula, de seu carisma, sua empatia com os pobres ou sua capacidade de comunicar.



Brasil já é um importante ator global, mas Dilma Rousseff precisará por algum tempo da imagem de Lula para mostrar que o Brasil é o país do futuro.

domingo, 7 de novembro de 2010

SAAB NO MUNDO

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  A companhia sueca Saab AB deu início a uma campanha para vender o seu caça Gripen na Ásia e no Leste europeu, logo após o anúncio da Suíça de postergar a aquisição de um novo caça para aquele país – a Suíça aguardará até 2015 para decidir sobre o substituto dos seus F-5.



Eventuais pedidos da Bulgária, Romênia e Eslováquia e uma nova encomenda da Tailândia são “as maiores oportunidades do momento” para o Gripen, disse o executivo da Saab Lennart Sindahl. O Gripen continua disputando mercado no Brasil e na Índia enquanto os pedidos na linha de produção do caça sueco diminuem. A Malásia também é uma possibilidade, informa o novo CEO da companhia sueca, Hakan Buskhe, em sua primeira entrevista.



“Estamos um pouco desapontados com a decisão da Suíça de postergar mas existiam questões pouco claras sobre o financiamento e não fiquei totalmente surpreso,” disse Sindahl. “A boa notícia é de que nós não perdemos o contrato”.



O fabricante sueco, que compete com a Dassault e com o consórcio Eurofighter na Suíça, necessita de novas encomendas uma vez que o trabalho nos 26 caças encomendados pela África do Sul e no primeiro lote de seis aviões da Tailândia terminará em 2012, e a nova versão do caça (baseado no programa Gripen NG) para a Força Aérea Sueca não entrará em serviço antes de 2017.



A Saab também necessita de encomendas externas para firmar o Gripen como o caça-modelo para mercados anteriormente dominados pelos soviéticos e países não alinhados / não comprometidos com o programa JSF.



A proposta de oferecer o Gripen com uma tecnologia de radar própria é um dos grandes trunfos sobre os concorrentes, o que auxiliou a Saab a vencer na Tailândia, disse Sindahl (na foto abaixo, formação de três caças Gripen produzidos para a Tailândia. As demais fotos são da linha de produção do caça, na Suécia).







Na opinião de Sandy Morris, analista do Royal Bank of Scotland Group Plc que recomenda a compra de ações da Saab, ainda assim o futuro do Gripen está em jogo, já que atrasos nas decisões de contratos trazem novos modelos ao mercado, que não estavam disponíveis quando do início das concorrências.



Nova geração

Considerado como o primeiro de uma nova geração de aviões de caça, o Gripen está operacional na Suécia desde 1997, enquanto o primeiro Eurofighter Typhoon entrou em serviço na Grã-Bretanha, Alemanha, Itália e Espanha em 2004. Ainda segundo o analista Morris, “o Gripen era um caça-bombardeiro capaz muito antes do Eurofighter ser nada mais do que um caça puro, e deve-se considerar que houve uma janela de cinco a sete anos para vender a mercados de exportação. Mas infelizmente essas concorrências simplesmente continuaram incertas.”



O caso do Brasil

A Saab vê o requerimento do Brasil para 36 caças como uma competição ainda viva, mesmo após o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar, no ano passado, sua preferência pelo Dassault Rafale, disse Sindahl, com nenhum contrato assinado até o momento. Para aumentar suas chances de vencer, a Saab ofereceu a co-produção do Gripen no Brasil, que atualmente opera aeronaves Mirage da Dassault.



Na opinião de Sindahl, “a cada dia em que nenhuma novidade vem do Brasil, eu acho que nós ganhamos um pouco mais. Quanto mais tempo leva, mais discussões acontecem por lá e mais eles começam a perceber o quanto a oferta (do Gripen) é boa, tanto no que se referere ao produto quanto no pacote para a indústria brasileira.” Ainda segundo o executivo, a escolha entre o Gripen, o Rafale e o Boeing F/A-18 Super Hornet não deverá ser feita antes da eleição presidencial de outubro.



Os casos da Índia, Holanda e Dinamarca

A Índia deverá anunciar o fornecedor escolhido para seu requerimento de 126 aviões no final deste ano, após a data final de 27 de abril ter vencido, segundo Sindahl.



Já segundo o CEO Hakan Buskhe, a Saab não desistiu de ganhar encomendas da Holanda e da Dinamarca para o Gripen.A primeira selecionou o F-35 da Lockheed como seu candidato de preferência e, como a Dinamarca, é um dos oito parceiros dos EUA no desenvolvimento do avião.



A Saab também está perseguindo um contrato para prover manutenção diária para os Gripens da Força Aérea Sueca, e este poderá ser assinado ainda neste ano ou no início de 2011, segundo o executivo Sindahl. Esse contrato deverá ser similar a outro, referente à manutenção dos treinadores a jato suecos Saab 105.

CENTRO DE PESQUISA DA SAAB

A companhia sueca Saab, que faturou US$ 3,6 bilhões em 2009, vai criar um centro de pesquisa e desenvolvimento de alta tecnologia no Brasil, que irá trabalhar em projetos para o mercado mundial, nos segmentos de segurança civil e militar, radares, sensores, Aeronáutica, desenvolvimento sustentável e tecnologia ambiental.



O centro, de acordo com Hakan Buskhe, que acaba de assumir o cargo de presidente e principal executivo da Saab, será a porta de entrada para a expansão dos negócios no Brasil, um mercado que a companhia sueca considera estratégico e promissor, especialmente nos setores de Aeronáutica e defesa. A localização do centro ainda não foi definida, mas provavelmente ficará no Estado de São Paulo, em função das parcerias que já vem desenvolvendo com várias brasileiras do setor aeroespacial.



O programa de seleção da nova aeronave de combate brasileira, o F-X2, segundo o presidente da Saab, ainda continua sendo a prioridade número um da companhia no Brasil, onde tem planos de investir na fabricação de aeroestruturas em parceria com indústrias nacionais, caso o caça Gripen, que está oferecendo para a Força Aérea Brasileira (FAB) seja o escolhido nesse processo de seleção.



Buskhe esteve ontem em São José dos Campos, a convite da direção da Embraer, para conhecer as instalações da empresa, com quem vislumbra ampliar a parceria na área de desenvolvimento de caças de quinta geração. Hoje o executivo tem um encontro com o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho e à tarde com o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, em Brasília.



Apesar do já anunciado favoritismo do caça francês Rafale na concorrência F-X2, o presidente da Saab disse que ainda acredita na vitória do Gripen, baseado no respaldo que a oferta sueca tem tido junto à indústria nacional, ao governo e também à FAB. “Esperamos ganhar essa concorrência porque acreditamos que apresentamos a melhor oferta de parceria com a indústria brasileira e de transferência de tecnologia, mas existem outras oportunidades além dos caças que também temos muito interesse em explorar no Brasil“, afirmou.



Segundo o executivo, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 representam grandes possibilidades de negócios para a Saab no segmento de radares e sensores para segurança. “A Saab tem muito conhecimento na área de integração de sistemas sofisticados, que utilizam tecnologia de fusão de dados. Esse é um exemplo de transbordamento de tecnologia desenvolvida na área de caças supersônicos, que foi aplicada em produtos para o mercado civil.”



Com um total de 13 mil funcionários no mundo, sendo sete mil engenheiros, e vendas para mais de 90 países, o centro de P&D que a Saab pretende instalar no Brasil, de acordo com Buskhe, será o primeiro da companhia na América do Sul. “Além da Suécia, também mantemos centros de excelência desse nível na África do Sul, Austrália, Países Nórdicos e Inglaterra”. A Saab investe 20% do seu faturamento em P&D.



No Brasil, a principal parceria é com a Akaer, de São José dos Campos, contratada pela Saab para fazer o projeto e a produção da fuselagem central, fuselagem traseira e asas do caça sueco Gripen NG, independentemente do resultado da concorrência dos caças F-X2. “No próximo mês estaremos apresentando o primeiro desenho da fuselagem do Gripen feito por uma empresa brasileira”, disse o diretor-executivo da Akaer, Cesar Augusto da Silva.



A Akaer e a Inbra Aerospace, segundo Silva, negociam a instalação de uma fábrica de aeroestruturas em São Bernardo do Campo, com um investimento estimado em US$ 150 milhões. A Inbra também foi contratada pela Saab no programa de desenvolvimento do Gripen, para a fabricação das asas e da tampa do trem de pouso em material composto.



“A nova fábrica está sendo motivada não só pelo projeto do Gripen NG, mas também por outros programas de desenvolvimento como o KC-390, da Embraer, e o projeto dos helicópteros EC-725, que serão fornecidos para as Forças Armadas Brasileiras pelo grupo Helibrás/Eurocopter, além de outras oportunidades que estão surgindo no mercado internacional de aeroesetruturas”, disse Silva.

MIRAGE 2000-9



 A possibilidade de existir mais um caça tampão parece bastante razoável e a ideia não é nova. A novidade está exatamente na possibilidade do Brasil adquirir caças Mirage 2000-9 usados provenientes da Força Aérea dos EAU como parte de um possível acordo de defesa entre os dois países.



O Mirage 2000-9 é uma das versões mais modernas da família Mirage, incorporando também soluções adotadas para o Dassault Rafale, da geração de caças posterior. O “traço nove” é superior até mesmo aos Mirage 2000 em uso pela Força Aérea Francesa (Armée de l’air). Ao todo, os EAU possuem perto de 60 caças no padrão “traço nove”, sendo que parte deles pertenciam a um lote anterior e foram modernizados. O lote mais recente começou a ser recebido em 2003.



Em parte, a configuração desses aviões pouco difere da proposta apresentada pelo consórcio Embraer/Dassault para o finado programa F-X. O grande temor está exatamente aí. Pelas quantidades existentes deste caça nos EAU (cerca de sessenta) e pela pouca idade destas aeronaves (metade deles possui menos de dez anos) é possível que o “tampão 2″ torne-se o caça padrão da FAB por muitos anos, extinguindo completamente o programa F-X2.



Se esta hipótese se concretizar, todo o projeto de se possuir uma aeronave moderna e no estad0-da-arte, com participação da indústria nacional e de acordo com as necessidades brasileiras irá por água abaixo. O próximo “tampão”, poderá não ser somente um tampão, mas o futuro caça da FAB pelas próximas duas ou três décadas.











Há tempos se fala que os Emirados Árabes Unidos querem que a Dassault receba de volta seus Mirage 2000-9, como requisito para comprar o Rafale (além das próprias exigências quanto à modernização do Rafale). Assim, a Dassault revenderia as aeronaves a um outro operador. Também há tempos se especula que essa negociação poderia terminar com os Mirage 2000-9 (em torno de 60 aeronaves) pousando aqui na Força Aérea Brasileira.



Vale lembrar que, dessas aeronaves, aproximadamente metade corresponde a modelos novos de fábrica (contrato assinado em 1998 e operacionais a partir de 2003). A outra metade é de um lote de 30 aeronaves Mirage 2000 de versões mais antigas (contrato de 1986), elevadas ao mesmo padrão. Para mais detalhes desse histórico, que inclui a tradição dos EAU em operar outros “Deltas” da Dassault desde os anos 1970, clique aqui para acessar um arquivo pdf da Dassault (em inglês), já disponibilizado para debate aqui no Poder Aéreo, no ano

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

QUESTÃO CHINESA

A Embraer, terceira maior empresa aeronáutica do mundo, continua em busca por manter este posicionamento no ranking global. Uma parte dessa estratégia passa pelas suas operações na China, que atravessam um momento de turbulência com a negociação com o sócio na joint venture que a companhia controla, a Embraer Harbin Aircraft Industry Company, a produção -e consequente salvamento de sua operação chinesa- do E-jet 190, cuja capacidade é de 108 passageiros.



Por se tratar de um setor considerado estratégico pelo governo comunista de Pequim, a participação estatal na sociedade é de 49%. Os demais 51% são detidos pela companhia brasileira. Atualmente, o único modelo que a empresa fabrica por lá é o ERJ-145, de 50 lugares. A Embraer tem como rival local o ARJ-21 da chinesa Avic Commercial Aircraft Company (Acac, na sigla em inglês) cuja capacidade é de 70 a 80 lugares.



A demanda da Embraer -de produzir o 190- é decorrente da perspectiva de entrega da última encomenda do ERJ-145 naquele país, fato que deverá ocorrer no primeiro trimestre de 2011. A empresa não crê em novas vendas da aeronave, pois, para a companhia, aquele mercado está maduro e não tem mais espaço para jatos de 50 lugares.



A capacidade de produção na China é de 15 aeronaves por ano e nunca foi alcançada nos 10 anos em que se encontra no país asiático. De acordo com dados apresentados pela empresa, a ocupação média da fábrica nesse período foi de até 7 unidades entregues por ano.



Apesar de pleitear essa autorização, em 2007 a China assinou um acordo com a maior concorrente da Embraer, a canadense Bombardier, para desenvolver uma versão estendida do modelo que concorre com o ERJ-145, que foi renomeado de ARJ21-900 e cuja capacidade varia de 90 a 149 lugares, o que o coloca frente a frente ao E-190 e até mesmo a modelos mais populares da Boeing, como o 737, e da Airbus, como o A319/A320. A expectativa é de que esse novo jato entre em operação em 2011, quando a Embraer deverá decidir entre manter-se na China ou encerrar essa operação.



Oficialmente a companhia aeronáutica brasileira não comenta o assunto, pois está em fase final de negociação com o governo chinês para definir o futuro da joint venture naquele país. A expectativa é de que essa decisão seja tomada ainda este ano, pois, se a saída for o fechamento da fábrica, essa medida não pode ser implementada em 3 meses. A plataforma do modelo ERJ-145 é a mesma do modelo da família Legacy, da divisão de aviação executiva da Embraer, mas a companhia brasileira possui apenas a autorização para fabricar o modelo utilizado na aviação comercial. Luís Carlos Affonso, vice-presidente de Aviação Executiva disse, durante a feira Labace, em São Paulo, que a empresa não tem planos de levar essa divisão para a China.



Apesar de não comentarem as negociações, na opinião de Tang Wei essas conversas entre o governo chinês e a Embraer devem envolver a transferência de tecnologia da companhia brasileira para a China, pois este país, embora tenha diversas empresas que produzem aviões, ainda não possui um com a capacidade do E-190, que é adequado para a demanda regional chinesa. Na opinião de Wei, nem mesmo o acidente ocorrido em 24 de agosto trouxe ruído à negociação porque o próprio governo divulgou que o erro foi do piloto, que não estava habilitado a comandar aquele modelo de aeronave.



Durante a crise internacional a Embraer perdeu cerca de 50% de seus pedidos do modelo ERJ-145 na China, e desde então a demanda não se recuperou. A empresa não divulga qual é a participação dos negócios da unidade chinesa no total da companhia. Segundo os dados do segundo trimestre deste ano, foram colocadas no mercado mundial apenas três unidades do ERJ-145, cerca de 6% das entregas da divisão de aviação comercial.

A AKAER ,A SURPRESA

Empresa nacional de engenharia aeronáutica virtualmente desconhecida fora de São José dos Campos antes do programa F-X2, a Akaer surgiu na imprensa como a primeira empresa a se associar ao programa Gripen NG, mesmo sem a garantia que este seria o modelo de caça escolhido para substituir os atuais caças da FAB. “Nosso trabalho conjunto com a Saab, a participação no programa Gripen NG, está completando, agora, um ano. Ao fim deste período já trocamos muita informação com os suecos, criando juntos os planos de manufatura, de investimento, de qualidade, de produção e de engenharia para o novo modelo. Nossos engenheiros, em seus computadores aqui no Brasil, acessam remotamente a rede corporativa da Saab. Para poder fazer isso tivemos que criar novos ambientes de trabalho que fossem seguros, tanto física como logicamente”, contou a ALIDE, César Silva, diretor da empresa.



“Nosso trabalho neste projeto se inicia com o detalhamento (projeto em CAD) do formato final das portas do trem de pouso e de cada uma das peças que compõem as asas e os módulos da fuselagem central e traseira. Depois disso, virá a fase da ‘preparação para a industrialização’, que envolverá a fabricação das ‘cabeças de produção’, ou exemplares de referência (a grosso modo, os ‘protótipos’) dos componentes desenhados no sistema CAD. Nos próximos dias devemos chamar a imprensa brasileira para anunciar formalmente, a ‘liberação da primeira peça’, a conclusão do primeiro desenho 3-D feito no Brasil para a Saab”.



“Sabemos agora, passado este ano, que a Saab já confia muito na gente”, complementa César. Para o diretor da empresa brasileira esta “confiança” é justamente o que os qualifica para receber cada vez mais negócios dos suecos. Eles vêem a empresa brasileira como uma forma de reduzir custos em diversos programas, não apenas no do Gripen NG, sem comprometer a qualidade. A Saab se encontra neste momento desenvolvendo, e fabricando, portas para o Boeing 787, além de diversos outros componentes para os aviões da Airbus.



Perguntado sobre o impacto industrial de uma eventual seleção do Gripen pela Força Aérea da Índia, César disse: “o que nós já tivermos desenvolvido, não fará qualquer sentido recriar do zero, assim, para a Akaer, isso até que seria uma oportunidade de agregar a HAL (Hindustan Aeronautics Limited) como um novo cliente de nossos serviços de engenharia”.



A Akaer faz parte do consórcio brasileiro “T1” que pretende ocupar um novo nicho na cadeia de fornecedores da indústria aeroespacial nacional e internacional. Diferente da Embraer, que visa desenvolver desde o conceito seus próprios produtos, a Akaer e a T1 preferem ser terceirizados de grande escala, assumindo o detalhamento de projeto e a subsequente montagem de sub-conjuntos para grandes fabricantes como a própria Embraer e a Saab.



Perguntado sobre a recente visita do novo CEO da Saab ao Brasil, Cesar Silva contou que “A importância do programa brasileiro da Saab está clara na vinda de Hakam Buskhe ao Brasil, passados apenas 24 dias de ele ter assumido seu cargo. Ele visitou o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, para se apresentar e em seguida foi a São Bernardo do Campo para conhecer o prefeito Luiz Marinho, grande entusiasta do programa de fabricação do Gripen NG no Brasil. Em Brasilia Bushke falou à imprensa sobre o interesse de sua empresa de montar aqui um centro de pesquisa que trabalhasse bem de perto tanto da indústria como da academia brasileira. Este centro visa, além do programa Gripen, iniciar desenvolvimentos nas áreas de aviônica, radares e de sistemas de segurança pública, objetivando particularmente os grandes eventos (Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016) previstos para acontecer no país nos próximos anos”. As três áreas enfocadas não são ainda muito desenvolvidas no Brasil e marcam uma importante evolução na base tecnológica do país. Na entrevista de Brasília, a Saab anunciou que o novo centro seria feito em São Paulo, mas após a conversa com o prefeito paulista foi anunciado que ele seria criado em São Bernardo. Em meados de outubro virá ao Brasil o Diretor da Área de Pesquisa da Saab para definir os detalhes deste projeto que deve consumir um investimento entre 40 e 50 milhões de dólares, neste momento uma equipe de suecos está no Brasil desenvolvendo os estudos e os business plans desta nova empreitadA.

QUILOMBOLAS E PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO

Para tornar viável economicamente o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, e resolver o problema da disputa de terras com os quilombolas, o governo tomou duas decisões. Além de ampliar de 8,7 mil hectares para 20 mil hectares a área destinada à construção de um corredor de lançamentos de foguetes e equipamentos espaciais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que a Advocacia-Geral da União (AGU) faça um parecer técnico e jurídico consolidando a nova destinação das terras da região.



Depois do parecer da AGU, os quilombolas residentes na área de Alcântara ainda ficarão com 42 mil novos hectares de terra. Essa definição, mesmo com a AGU ainda trabalhando no documento, foi fundamental para que o governo ucraniano não voltasse atrás na parceria com os brasileiros para construir dentro da base de Alcântara um sítio de lançamento do foguete Cyclone-4.



Brasil e Ucrânia criaram em agosto de 2006 a Alcântara Cyclone Space (ACS). A empresa binacional serve para incrementar a cooperação com o Brasil – para trabalhar no programa do Veículo Lançador de Satélites (VLS-1) – e, ao mesmo tempo, usar a base maranhense como plataforma de lançamento de satélites comerciais.



Por causa da disputa de terras envolvendo a Aeronáutica e cerca de 2 mil quilombolas, o início da obra da sede da empresa chegou a ser ameaçado. A pedra fundamental da obra da Cyclone Space foi lançada em 10 de setembro passado e a expectativa da binacional é lançar o primeiro foguete em 2012. A ACS é responsável pela comercialização e operação de serviços de lançamento utilizando o veículo lançador Cyclone-4.



Acordo final. O governo decidiu ceder parte da área para os moradores da região e a expectativa é de que, depois do parecer da AGU, seja selado o acordo final para encerra a disputa.



O importante para o Planalto e os sócios do programa especial brasileiro é que o Centro de Lançamento de Alcântara tenha pelo menos 20 mil hectares de área contínua e correndo junto à costa – o que aumenta a segurança dos lançamentos.



Para fugir da disputa, a Cyclone Space chegou a pensar em se instalar fora da base de Alcântara, mas acabou optando pela fixação na área militar, pagando um aluguel de R$ 113 mil. A parceria entre Brasil e Ucrânia previa investimentos de US$ 105 milhões de cada país, montante que já foi ampliado para US$ 475 milhões.







O presidente da ACS, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, procurou a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, atual candidata ao Palácio do Planalto pelo PT, para que incluísse o projeto no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). A demanda está feita, mas o governo ainda não decidiu sobre a inclusão dos investimentos de Alcântara no PAC.



Economia. O espaço definido para o CLA permitirá a ampliação imediata de 3 para 15 das áreas de lançamento em Alcântara – mais adiante, pode chegar a 23, revertendo um período de dificuldades orçamentárias e técnicas que culminaram, em agosto de 2003, com a tragédia do incêndio e explosão da torre de lançamento, quando morreram 21 técnicos.



Por ser próximo da linha do Equador, o centro permite uma economia de 30% no gasto de combustível para o lançamento de foguetes. Isso permite ainda a ampliação em 30% da carga a ser transportada pelo equipamento, tornando o local muito atrativo e competitivo.



A cadeia de atividades espaciais no mundo movimenta US$ 250 bilhões. Cada lançamento pode render ao País de US$ 40 milhões a US$ 50 milhões.

COOPERAÇÃO RUSSA BRASILEIRA

Além da fábrica de fertilizantes prevista em Mato Grosso do Sul com investimentos de cerca de US$ 1 bilhão, o governo russo estuda outros projetos em parceria com o Brasil. Segundo o vice-presidente do Vnesheconmbank, banco estatal russo de cooperação para o desenvolvimento econômico e dos negócios estrangeiros, e presidente da seção russa do Conselho Empresarial Brasil-Rússia, Sergey Vasilyev, a Rússia ofereceu à Embraer a utilização de uma área industrial para implantar uma linha de produção da companhia no país para a fabricação de aeronaves. Esse complexo se localiza na cidade de Ulianovsk, a 400 quilômetros de Moscou.



“As negociações com a Embraer estão em andamento. A Rússia tem muita demanda por aeronaves, principalmente jatos executivos. Além de vender para a própria Rússia, a empresa poderá comercializar suas aeronaves aos países próximos, como Polônia, por exemplo”, afirmou o executivo a jornalistas na reunião do Conselho Empresarial Brasil-Rússia, realizado hoje em São Paulo.



Vasilyev ainda informou que o governo russo também quer construir uma fábrica de automóveis no Brasil. Entretanto, o executivo não concedeu detalhes do projeto, como fabricantes, prazos e investimentos.

ASSOCIAÇÃO ESTRATÉGICA COM A ARGENTINA

O Ministério da Defesa da Argentina assinará neste mês uma carta de intenções para participar do programa de desenvolvimento do jato militar KC-390, da Embraer, de São José dos Campos, São Paulo, projeto de aeronave para transporte tático/logístico e reabastecimento em voo. O chefe de gabinete do ministério, Raúl Alberto Garré, afirmou na semana passada que a Força Aérea Argentina (FAA) tem uma demanda inicial estimada em cinco KCs-390. “Estamos sujeitos ao resultado do ciclo de planejamento, mas calculamos que vamos precisar de mais ou menos uns cinco aviões”, disse ele.



O primeiro plano estratégico da antiga fábrica militar, rebatizada como Fábrica de Aviões de Córdoba (Fadea), depois de sua estatização em 2009, será apresentado no final desse ano e contempla um período de cinco anos, a partir de 2011. Garré disse que a Argentina pretende ter uma participação ativa, como sócio de risco na engenharia de protótipos e produção de peças e compra de aviões. “A nossa ideia é participar desde a origem do desenvolvimento do projeto, sermos fornecedores de peças do avião e, obviamente sermos compradores”, ressaltou. Neste sentido, a carta de intenções entre os dois países será assinada entre os dias 28 e 29 deste mês, quando está prevista a reunião do grupo de trabalho conjunto.



O convite à Argentina para participar do programa KC-390 foi feito pelo ministro Nelson Jobim, no final do ano passado. “Diante do requerimento de Jobim, respondemos que sim, que nos interessa participar do projeto porque analisamos as especificações técnicas do projeto encomendado pela Força Aérea Brasileira (FAB) à Embraer e elas coincidem com a logística que necessitamos na FAA”, ressaltou o chefe de gabinete e irmão da ministra Nilda Garré.



Garré afirmou que a Argentina possui enormes diferenciais entre seus competidores para entrar no projeto. “Somos o único país da América Latina com uma fábrica do porte da unidade de Córdoba”, disse ele. Além disso, continuou, as autoridades da Embraer verificaram a capacidade da fábrica argentina para ser fornecedora de peças. “Como empresa integradora de engenharia e de peças, a Embraer deve ter visto nossa capacidade de produção e mão de obra qualificada”, opinou. Garré também mencionou o benefício da proximidade entre os países, gerando uma superioridade competitiva do ponto de vista econômico, como o custo de frete. Outro ponto a favor, segundo ele, “é a decisão política expressada pelos dois governos de constituir esse grupo de trabalho conjunto para encontrar fórmulas de integração desse setor”.



A subsecretária de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Mirta Iriondo, reconhece que a indústria aeronáutica local foi destruída ao longo dos anos e que a antiga fábrica militar de aviões “foi sucateada”. Ela diz que a Fadea “necessita de um empurrão de investimentos para ir solucionando os problemas de produtividade”. A idade média das máquinas e equipamentos chega a 45 a 50 anos. No entanto, continuou, em relação aos países concorrentes, “a Argentina tem enormes vantagens, começando com a qualidade de recursos humanos”.



Mirta recordou também que o país tem quatro universidades de engenharia de aeronáutica e, por falta de uma indústria forte, os técnicos que não vão para o exterior são absorvidos pela indústria automobilística. “Outra vantagem é que somos uma empresa com uma história na produção, apesar de ter tido altos e baixos, e já trabalhamos com o Brasil no passado

O CASAMENTO ACABOU

O presidente da Embraer, Frederico Curado, ataca a falta de transparência por parte da China em seus subsídios à produção de aviões e prevê que, para a década de 2020, os chineses serão uma ameaça real para as empresas ocidentais do setor aéreo.



Em entrevista ao Estado na cidade de Montreux, nos Alpes suíços, Curado confirmou os problemas existentes em sua fábrica na China. Segundo ele, se a empresa brasileira não vender nenhum novo avião ao mercado chinês até março de 2011, será obrigado a “repensar” a estratégia no país.



Curado, porém, insiste que uma decisão final de fechar a fábrica ainda não foi tomada, tem esperanças de encontrar uma solução e garante que os governos estão envolvidos nas negociações. “Estamos aguardando. Estamos no meio da conversa”, disse. “Temos até março para acabar o contrato na China e estamos esperando uma definição do governo chinês.”



A Embraer fabrica desde 2003 os aviões ERJ-145 em sua fábrica na China, em parceria com a Aviation Industries of China (Avic). O acordo com os chineses era de que a Embraer abriria a planta de produção e, em troca, os chineses se comprometeriam a comprar os aviões.



Mas, nos últimos anos as vendas se estagnaram, enquanto o governo chinês passou a dar prioridade ao desenvolvimento de suas próprios modelos. “Em março teremos nossa última entrega. Se não vendermos aviões para entregar além de março, ai de fato não teremos atividades”, admitiu Curado, sem dar uma resposta definitiva se a fábrica seria fechada ou não. Mas apontou: “Você não vai manter uma fábrica aberta sem produto.”



O presidente da Embraer explicou que isso não significa que a Embraer abandonaria a China. “Não vamos fechar a empresa (na China) de jeito nenhum. Temos uma frota grande na China e precisamos apoiar essa frota”, explicou.

FRANÇA SOFRIDA

Se a Dassault não assinar nenhum acordo, 2010 será seu décimo ano sem contratos no estrangeiro. Os últimos compradores de Mirages 2000 foram a Índia e a Grécia. Apesar de seus desempenho reconhecido, o Rafale não consegue se vender. As explicações dadas pelo fabricante para os contratos perdidos são múltiplas, mas não envolvem jamais o aparelho.



O principal motivo se refere aos mercados visados, que são muitas vezes “territórios de caça” americanos, impossíveis de penetrar, como foi o caso dos Países Baixos em 2001, da Coreia do Sul em 2002 ou de Cingapura em 2005. No caso do contrato com o Marrocos em 2007, derrubado pelos americanos quando o mercado era considerado vencedor, o fracasso é atribuído à desorganização dos serviços do Estado.



O fabricante evoca outro obstáculo: a aplicação da convenção da OCDE, assinada pela França em 2000, que proíbe as comissões. Sem questionar o princípio, ele observa que os concorrentes estrangeiros não têm a mesma obrigação.



Mas se a venda de um avião de combate mobiliza toda uma cadeia de atores, dos políticos aos construtores, é a falta de impulso que vem da chefia do Estado que foi criticada. Desde sua chegada ao poder em 2007, Nicolas Sarkozy estava decidido a se afastar de seu antecessor, Jacques Chirac, cuidando pessoalmente desse caso. Depois do fiasco do Marrocos, uma “sala de guerra” foi constituída no Eliseu para encontrar rapidamente um mercado. A Líbia foi um dos primeiros países abordados. Sem resultado até hoje.



Em 2008, os Emirados Árabes Unidos mostraram interesse pela aquisição de 63 Rafales, com uma condição: a França deveria receber os 60 Mirages 2000 quase novos da força aérea dos Emirados. Desde então as discussões se chocam com um nível de exigência elevado, referente ao fornecimento de um motor mais possante e à instalação de um radar muito sofisticado. As negociações não seriam retomadas depois do Ramadã. Elas são impedidas pelo custo de centenas de milhões que o Estado francês teria de suportar ao retomar os Mirages e modernizar os Rafales.

EMBRAER 190 DECOLANDO

A Embraer e a Air Lease Corp., recém criada empresa de financiamento, compra e leasing de aeronaves, liderada por Steven UdvarHázy, figura emblemática no mundo da aviação, assinaram o acordo final para a venda de 15 jatos EMBRAER 190. A primeira entrega está programada para junho de 2011.



Das 15 ordens do pedido, primeiramente anunciado durante o Farnborough Air Show em julho, cinco são re-confirmáveis. Além disso, o acordo inclui cinco opções de compra, representando uma venda potencial de 20 EMBRAER 190.



“Estamos honrados que a Air Lease Corp., juntamente com seu fundador, Steven UdvarHázy, tenha depositado sua confiança na Embraer”, disse Paulo César de Souza e Silva, Vice-Presidente Executivo da Embraer para o Mercado de Aviação Comercial. “Este contrato reforça nosso compromisso com a Air Lease, visto que nosso objetivo é apoiá-los com os excepcionais atributos dos E-Jets quando a empresa começar a operar o avião, em meados do próximo ano.”



O EMBRAER 190, uma aeronave moderna que entrou em operação em agosto de 2005, é o terceiro de quatro modelos da família EMBRAER 170/190 de E-Jets. O jato pode ser configurado em uma ou duas classes, acomodando de 98 a 114 passageiros em dois assentos de cada lado do corredor e sem poltrona do meio, podendo voar até 4,448 km (2,400 milhas náuticas) sem escalas.



“Esta encomenda de aviões EMBRAER 190 marca o início de um novo período de crescimento da nossa companhia e o design único deste modelo nos permite oferecer aos clientes da Air Lease um produto de companhia aérea principal com a economia operacional de um jato regional”, disse John L. Plueger, Presidente e Chefe de Operações (COO) da Air Lease Corp. “Desde o anúncio inicial feito no Farnborough Air Show, tivemos um expressivo interesse de clientes de todas as partes do mundo e esperamos oferecer um avião que atenda às suas necessidades.”



No terceiro trimestre do ano 44 aeronaves foram entregues

A Embraer entregou 44 jatos no terceiro trimestre de 2010 (3T10), dos quais 20 para o mercado de aviação comercial e 24 para o de aviação executiva. Dessa forma, o número de jatos entregues nos primeiros nove meses do ano atingiu 154 unidades. A carteira de pedidos firmes a entregar (backlog) encerrou o último trimestre praticamente estável em relação ao período anterior, totalizando US$ 15,3 bilhões em 30 de setembro de 2010.



Na aviação executiva, a Embraer entregou no 3T10 24 jatos, dos quais 16 Phenom 100 e seis Phenom 300, além de dois Lineage 1000, um para o México e outro para os Emirados Árabes Unidos. Os investimentos em suporte ao cliente continuam, no intuito de expandir a abrangência e a qualidade dos serviços prestados.



No segmento de defesa, a Embraer anunciou no último trimestre cinco acordos para o programa KC-390, que poderão representar a venda de até 54 aeronaves. O programa de desenvolvimento do avião avança conforme o planejado. Em Farnborough, a Força Aérea Brasileira (FAB) formalizou a intenção de adquirir 28 unidades. Por meio de Declarações de Intenções assinadas pelo governo brasileiro em agosto e setembro, a Embraer iniciou discussões com quatro países para a definição de parcerias industriais para o programa e futura venda de 26 aviões: 12 para a Colômbia, seis para o Chile, seis para Portugal e dois para a República Tcheca.

AEROPORTOS ALTERNATIVOS

As bases aéreas da Força Aérea Brasileira (FAB) e aeroportos alternativos de estados e de municípios deverão ser utilizados durante o período da copa para receber voos excedentes e evitar congestionar os aeroportos comerciais. A informação foi dada nesta quinta-feira (14/10) pelo Ministro da defesa, Nelson Jobim, após reunião com os órgãos oficiais da aviação civil.



Segundo Jobim, o objetivo da reunião foi discutir a programação para a Copa de 2014, a partir dos dados mais atualizados sobre o setor. Participaram do encontro dirigentes da Secretaria de Aviação Civil (SAC) do Ministério da Defesa, da Infraero, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), do Comando da Aeromáutica.



O ministro determinou uma avaliação da demanda para 2014, levando-se em conta o crescimento atual da demanda doméstica, que chegou a 27% no último mês, e a demanda específica gerada pela Copa, que dura dois meses e tem como centro o mês de julho de 2014.



A partir da previsão, será calculada a oferta disponível com a infra-estrutura atual, e calculado o desnível entre demanda e oferta de infra-estrutura aeroportuária. Esse vácuo será preenchido com o aumento da oferta proporcionado pelas obras que a Infraero já está executando e também por ações administrativas especiais.



A oferta terá que ser dimensionada para atender à demanda com uma folga de 10%. Dessa forma haverá margem para acomodar eventos inesperados. “Por exemplo, se um presidente da República resolver ir?”, comentou Jobim. Com essa folga, o voo extra poderá ser recebido sem maiores transtornos para os demais passageiros.



Entre as medidas administrativas que serão estudadas, estão:



1-Uso de slots (autorizações para pouso e decolagem) em horários vagos para receber voos fretados (charter). Os observadores da Infraero e da Anac que foram enviados à África do Sul durante a Copa constataram um grande aumento do número de voos charter durante os dias de jogos;



2-Uso de Bases Aéreas da Força Aérea Brasileira para receber voos de delegações esportivas e de autoridades, desafogando os aeroportos comerciais;



3-Uso de aeroportos alternativos para os aviões da aviação geral (taxi aéreo, aviões executivos, etc.).Uma possibilidade é eles pararem em bases aéreas, que são mais centrais, deixarem seus passageiros, e decolarem imediatamente para estacionar nesses aeroportos alternativos, inclusive de estados e municípios.

VENDAS FRANCESAS

Nicolas Sarkozy gosta de retratar-se como Presidente Executivo. Ele se considera vendedor-chefe da França, promovendo as exportações dos carros-chefe do país, conquistando negócios ao redor do mundo, especialmente com o rápido crescimento dos países emergentes, como a China, Índia, Brasil, e as nações ricas em petróleo do Golfo. Ele até mesmo criou a chamada “sala de guerra” em seu Palácio Elysée, para apoiar as exportações civis e militares.



Mas, ultimamente, esta grande estratégia de exportação parece estar sofrendo dificuldades crescentes. A nova geração do EPR- Reator Pressurizado Europeu – tinha como escopo ser a ponta de lança das ambições do país para liderar o renascimento do mercado mundial nuclear – está a enfrentar todos os tipos de problemas, não apenas na Finlândia, mas nos Estados Unidos e em Abu Dhabi, onde ele perdeu para a Coréia do Sul.



Pior ainda, a Eurostar, a operadorora de trem de alta velocidade do Canal da Mancha, controlada pela SNCF, a estrada de ferro do Estado francês, acabou de encomendar trens da alemã Siemens, ao invés da francesa Alstom. Ainda mais preocupante, é a constante escassez de encomendas de exportação para o avião de caça Dassault Rafale.



A França ainda tem de vencer uma encomenda de exportação para o Rafale. Ela tem tentado por uma década, sem sucesso. Ganhar uma encomenda externa para estes aviões de combate, não é apenas uma questão de prestígio para a França. Afinal de contas, Serge Dassault, o veterano accionista majoritário da fabricante de aeronaves homônima, também é um senador e membro do partido que está no poder- UMP- e proprietário do Le Figaro, um Jornal pró Sarkozy.



Mas há razões mais importantes, porque as vendas de exportação do Rafale são tão cruciais. As exportações reduziriam o custo global do programa, e ao mesmo tempo forneceria fundos para ajudar a financiar novas pesquisas e tecnologias. Sem as exportações, há o risco de que a França já não seria capaz de garantir a autonomia da sua indústria de aviões militares, especialmente quando chegar o momento, eventualmente, de desenvolver um substituto para o Rafale.



Por último, o fracasso nas exportações dos aviões de combate, colocará mais um peso na já combalida economia do país. Na verdade, o Ministério da Defesa francês decidiu encomendar 11 Rafale adicionais no próximo ano, isto é, mais cedo do que a data previamente agendada, para garantir que as linhas de produção mantenham-se funcionando. Isso vai custar ao contribuinte francês um valor extra de 800 milhões de euros (US $1 1,1).



Não foi por falta de tentativa por parte do Presidente, que França não conseguiu até agora ganhar um pedido de exportação para o Rafale. Mas Nicolas Sarkozy também tem uma tendência de colocar a carroça na frente dos bois. Ele claramente considera difícil resistir ao impulso de anunciar ao mundo que ele finalmente conseguiu exportar o Rafale, mesmo antes do contrato ter sido assinado e o avião entregue.



Há um ano, ele anunciou com grande fanfarra, que a França tinha firmado uma relação privilegiada com o Presidente Luis Inácio Lula da Silva, e que o Brasil tinha concordado em comprar um primeiro lote de 36 aviões Rafale. A longo prazo, a encomenda poderia ascender a 100 aviões de combate. Mas 12 meses mais tarde, o negócio ainda não foi finalizado, e há indícios de que os brasileiros, finalmente, podem optar pelo avião da sueca Saab, o Gripen NG, ao invés do Rafale, que é mais caro.



Um funcionário do governo brasileiro, confirmou esta semana, que o Brasil tinha decidido suspender uma decisão final até depois do segundo turno das eleições presidenciais do país, que acontecerá no final deste mês. Ele também sugeriu que a competição ainda está em aberto. Em outras palavras, o vencedor pode ser qualquer um.



Este verão, o presidente Sarkozy anunciou também que, os Emirados Árabes Unidos estavam pensando em substituir sua frota de 63 jatos Mirage, por Rafale. Mais uma vez, os franceses pareciam confiantes de que eles tinham finalmente garantido uma exportação para a aeronave em uma região que tem sido tradicionalmente um cliente importante para equipamentos de defesa de origem francesa. Mas este mês, os Emirados Árabes Unidos sugeriram que eles também estavam olhando para o Super Hornet como alternativa. Assim, a perspectiva de sucesso mais uma vez arrisca-se transformar em uma miragem.



Outros países, como o Kuwait e a Índia, estão à procura de novos aviões de combate, mas a concorrência é feroz. Por várias razões. A primeira é que o complexo militar-industrial dos EUA está intensificando a sua unidade de vendas de exportação, para compensar cortes pesados no orçamento do Pentágono. A segunda é que a Rússia está agora no jogo, e ultrapassou a França como a terceira maior exportadora de armas do mundo, depois dos Estados Unidos e do Reino Unido. O terceiro é um problema puramente da Europa.



Em todas as concorrências, a Europa invariavelmente oferece três caças que concorrem entre si – o Eurofighter Typhoon, o Rafale e o Saab Gripen – que é um a mais do que até mesmo os Estados Unidos normalmente oferecem. Ao fazê-lo, isso dá aos seus rivais dos EUA e da Russia uma vantagem óbvia. Até que os europeus finalmente decidam consolidar sua indústria de aviões de combate, eles só podem continuar a perder altitude

EMBRAER EM PORTUGUAL

O embaixador de Portugal no Brasil, João Salgueiro, efetuou uma visita de trabalho à sede da Embraer em São José dos Campos, no estado de São Paulo, onde foi recebido por executivos da empresa, informou em comunicado a Embaixada de Portugal em Brasília.



A Embraer, terceira maior construtora de aviação do mundo, planeja instalar duas fábricas em Évora, região sul de Portugal, com o arranque das obras previsto para novembro.



A Embraer vai instalar em Évora uma unidade para produção de estruturas metálicas (asas) e outra para produção de materiais compósitos (caudas), num investimento inicial de 148 milhões de euros.



Em setembro, os ministros da Defesa de Portugal, Augusto Santos Silva, e do Brasil, Nelson Jobim, assinaram, em Lisboa, uma carta de intenções sobre a participação de Portugal no projeto de construção do cargueiro KC-390.



O KC-390 está a ser desenvolvido pela Embraer para substituir os Hércules C-130, de fabrico norteamericano, atualmente usados pelas Forças Aéreas portuguesa e brasileira.

CONTRATOS DE FORNECEDORES PARA HELIBRAS

Contratos foram assinados nesta segunda-feira, em São Paulo, para suprimento de partes estruturais em materiais compostos e peças usinadas.





O consórcio Helibras/Eurocopter assinou nesta segunda-feira (18) os primeiros contratos com fornecedores brasileiros para suprimento de partes do EC725 destinado às Forças Armadas. As empresas contratadas são a InbraAerospace, fabricante de peças em materiais compostos, e a Toyo Matic, que produz peças usinadas para a indústria aeronáutica.



A Inbra vai fornecer capôs e carenagens do cone de cauda, bem como a estrutura intermediária em material composto, tecnologia ainda não disponível no Brasil, a mesma empregada em outros helicópteros militares da Eurocopter como o Tiger e o NH90, que a empresa deverá desenvolver aqui no país.



A Toyo fará a usinagem de uma peça complexa: o punho da cabeça do rotor principal com máquinas de 4 e 5 eixos.



O processo de seleção dessas empresas, que teve acompanhamento das Forças Armadas, através da Comissão Permanente de Aeronaves de Combate – COPAC; do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio; e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, durou dois anos entre avaliações técnicas e outras negociações.



As duas empresas farão parte do grupo de fornecedores do consórcio organizado para a produção do EC725, mas serão homologadas também para fornecer peças para outros produtos da Eurocopter e da Helibras.



Durante o evento de assinatura dos contratos, o presidente da Helibras, Eduardo Marson Ferreira, disse que o momento era especial, “pois marca o início da efetiva participação da indústria brasileira em um projeto grandioso, do qual o desenvolvimento tecnológico nacional é uma das prerrogativas que a Helibras começa a atender”.



Presente ao evento, o vice-presidente executivo de Global Supply Chain da Eurocopter, Bert Stegkemper, lembrou que “estes dois contratos fazem parte do primeiro pacote de transferência de tecnologia, de um total de 29 que irão capacitar a Helibras e fornecedores brasileiros”, disse.



“Trabalhar desde o início em um programa dessa magnitude nos possibilita ver o surgimento de uma nova indústria de aeropeças voltada ao segmento de asas rotativas, com a Eurocopter e a Helibras fazendo a real transferência de tecnologia estabelecida pela atual Estratégia Nacional de Defesa”, comentou Jairo Cândido, presidente da InbraAerospace.



O presidente da Toyo Matic, Edvaldo A. Rosa, declarou que “enxergamos esta parceria como uma oportunidade de expansão dos nossos negócios no mercado aeroespacial mundial; é com grande contentamento que a Toyo Matic Aerospace dispõe de sua tecnologia de ponta, aliada a grande empenho, para dar mais um passo rumo a uma posição de destaque neste

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