terça-feira, 21 de dezembro de 2010

MERCOSUL PARA DESTRAVAR A INTEGRAÇÃO

A unificação do registro de pessoas , para adoção de um cadastro único para facilitar a livre circulação pelos países do loco e criar  um padrão de carteira de identidade .
Unificação  das matrículas de automóveis dentro bloco para adoção de um cadastro único e punição de infrações . A idéia é adotar um placa padrão , de fundo amarelo.
Reconhecimento de titulos de graduação emitidos por entidades dos países membros .
Criação do cargo  de alto representante geral do mercosul , para facilitar a articulação política e representar o bloco.
Análise da proposta para avançar nas conversações com a União Européia para o livre comércio.
Adoção de programa de consolidação da União Alfandegária, para integrara as alfandegas dos países membros eletronicamente. Medida iria facilitar os procedimentos e amenizar normas dos fiscais aduaneiro em todas as fronteiras do mercosul.
Ademais estes objetivos do mercosul tem impacto pela primeira vez nos cidadões do  mercosul , que não sabem que são pessoas integrantes deste bloco acham ainda que somente são de seus países de origem , a tato que estudam uma implementação de carteira identidade única no mercosul.
Outra situação debatida no encontro de Foz de Iguaçu  , é a entrada da Venezuela no Bloco que está sendo discutida , tendo certa resistência dos parlamentos em aceitar o  Presidente Hugo Chavez .
Esta havendo mais deslocamentos de imigrantes  dentro do Mercosul e ai todas as dificuldades encontradas por estas pessoas para conseguir um emprego.
Outro importante marco seria um acordo geral sobre captura e procedimento de entrega de presos procurados pelas Justiças Nacionais , permitirá um suma procurar so bandidos em qualquer parte do bloco.
Também começaram as conversações para iniciar conversas  para um futura associação com  Mercosul , talvez como associado com Peru , Chile e Colômbia .
O Mercosul iniciou ontem negociações com Siria e com Autoridade Palestina tendo como objetivo acordos de livre comércio.
Estudou-se também as normas de proteção aso investimentos estrangeiros e o estímulo ai livre comercio interno de serviços de empresas do bloco  para evitar o que ocorreu com a encampação das refinarias da Petrobrás  e o caso da Odebrecht  ao ser acusada  de descumprimento de contrato pelo Equador .

sábado, 11 de dezembro de 2010

O BRASIL RECUSOU A ENTRADA DE PRESOS DE GUANTANAMO

WikiLeaks colocou online esta sexta-feira, um documento que revela que o Brasil rejeitou receber detidos da base militar de Guantanamo.




O documento revelado agora pelo site de Julian Assange, mostra que a Divisão de Organizações Internacionais e a Divisão de Direitos Humanos do Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores brasileiro) recusaram os pedidos dos EUA para que o Brasil recebesse presos de Guantanamo, aquando da sua libertação.



A razão apresentada na altura pelo Governo brasileiro foi a sua proximidade com o Governo cubano e a legislação nacional, uma vez que «o Governo brasileiro não pode aceitar presos de Guantanamo porque é ilegal designar como refugiado alguém que não esteja no território nacional».



Já a 17 de Outubro de 2005, um telegrama enviado pelo então embaixador em Brasília, John Danilovitch, descreve a tentativa frustrada de conseguir que o Brasil aceitasse como refugiados prisioneiros uigures (minoria étnica de origem chinesa).



O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou esta sexta-feira, que o Brasil recusou receber os presos políticos porque alguns deles poderiam ser terroristas. «Algumas eram pessoas suspeitas de terrorismo. O mais normal seria, se elas são inocentes, que encontrassem de volta seu caminho na vida. Não havia razão para a gente se importar com um problema que não tem nada a ver conosco», disse Celso Amorim.

DESCONFIANÇAS INTERNETICAS

Desde 2006, ano em que foi criado, o site WikiLeaks já publicou mais de 1 milhão de documentos confidenciais enviados por fontes anônimas. Mas foi em 2010 que ganhou fama mundial, com o vazamento de um vídeo mostrando um ataque norte-americano contra funcionários da Reuters e outros civis em Bagdá. Neste ano, o site ainda revelou dezenas de milhares de arquivos da inteligência norte-americana sobre as ações no Afeganistão e Iraque. E agora, com a divulgação de cerca de 250 mil telegramas diplomáticos secretos do Departamento de Estado dos EUA, a coisa pegou fogo mesmo.




O fundador do WkiLeaks, o australiano Julian Assange, está preso desde o dia 7 de dezembro por acusações de agressão sexual. Seus defensores dizem que o verdadeiro motivo está relacionado ao site e até o presidente Lula manifestou apoio a ele. Dentre os documentos revelados, muitos tratam da relação entre os EUA e o Brasil. Listamos 13 informações vazadas que revelam um pouco da visão que os americanos têm de nós.



1- Jeitinho brasileiro pode atrapalhar realização das Olimpíadas no Rio

Em um relatório com o título “Olimpíadas do Rio – O Futuro é Hoje“, a Ministra Conselheira da Embaixada americana Lisa Kubiske reclama das muitas promessas e pouco planejamento e ação do governo brasileiro. “Articular os objetivos mais amplos e deixar os detalhes para o último minuto pode ser o jeito tipicamente brasileiro, mas pode gerar problemas”, diz ela. “Os atrasos que esperamos do governo brasileiro em planejar e executar os trabalhos de preparação para uma Copa do Mundo e Olimpíadas bem-sucedidas com certeza vão gerar um ônus maior para o governo americano poder garantir que os padrões necessários serão alcançados”. Os EUA estão coordenando a ampliação de pessoal, estrutura e recursos para ajudar.



2- Brasil quer (neuroticamente) ser igual aos EUA

Um telegrama datado de novembro de 2009 que discutia o rumo das Relações Exteriores no Brasil diz: “O Brasil considera entrar em uma competição com os Estados Unidos na América do Sul e desconfia das intenções americanas (…) O Brasil tem uma necessidade quase neurótica de ser igual aos Estados Unidos e de ser percebido como tal”.



3- Brasileiros querem ser “independentes” ( entre aspas mesmo!)

Em telegrama enviado em janeiro de 2009 a Washington, o ex-embaixador americano no Brasil, Clifford Sobel (que deixou o cargo no começo do ano), deu algumas alfinetadas no Plano Nacional de Defesa anunciado por Lula no fim de 2008. Ele explica que a estratégia foi montada a partir da intenção do Brasil de ser “independente” (é, ele usou o termo entre aspas três vezes no documento). Em relação à compra dos caças franceses, diz que “não faz sentido economicamente” devido ao número relativamente pequeno. “Mas [o então Ministro do Planejamento Roberto Mangabeira] Unger “dá mais importância à ‘independência’ do que à capacidade militar ou ao uso eficiente de recursos”.



4- Brasileiros são paranoicos em relação à defesa de territórios

A diplomacia americana também criticou a “tradicional paranoia brasileira” na defesa da fronteira amazônica “contra atividades de organizações não-governamentais e outras atividades estrangeiras vistas popularmente como ameaças potenciais à soberania nacional”. A área das reservas do Pré-Sal seria outro alvo dessa paranoia: “Não há nenhuma ameaça às reservas de petróleo brasileiras, mas os líderes brasileiros e a mídia têm citado as descobertas de petróleo no mar como razão urgente para melhorar a segurança marítima”, diz o telegrama escrito pelo embaixador norte-americano de janeiro de 2009.



5- Apagão de 2009 deixou EUA preocupados

O apagão que aconteceu em novembro de 2009 e deixou 18 estados brasileiros no escuro virou tema de relatórios da embaixada americana e de preocupações com a segurança da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, ambas no Brasil. “A preocupação, recentemente ampliada, com a infraestrutura brasileira depois do blackout (..) apresenta uma oportunidade para os EUA se envolverem no desenvolvimento da infrastrutura e segurança cibernética”, escreveu a conselheira para assuntos administrativos da embaixada, Cherie Jackson, num telegrama a Washington. Segundo ela, autoridades brasileiras “admitem a possibilidade de um ataque durante esses eventos” e estariam identificando as instalações que precisam ser protegidas.



6- Brasileiros rejeitaram prisioneiros de Guantánamo

Telegramas confidenciais enviados a Washington em de outubro de 2005 pelo então embaixador americano em Brasília, John Danilovitch, revelou que o Brasil foi procurado pelos EUA para receber refugiados prisioneiros uigures (minoria muçulmana de língua turca do noroeste da China) de Guantánamo, mas recusou a oferta. Os refugiados não podiam voltar à China por receio de que viessem a ser mortos ou torturados. Segundo o documento, o Ministério de Relações Exteriores “disse que o governo brasileiro não pode aceitar imigrantes de Guantánamo porque é ilegal designar como refugiado alguém que não está em solo brasileiro”. Outros dois telegramas mostram que o Brasil manteve o mesmo discurso quando procurado para receber cubanos que fugiram do regime de Fidel Castro, em 2005.



7-Presidente Lula, o esquerdista pragmático

Num telegrama de fevereiro de 2009, o então embaixador americano Clifford Sobel descreve o presidente Lula como um “esquerdista pragmático” e diz que ele “não é o principal arquiteto da política externa de sua administração”. O documento diz que, embora o presidente tenha chegado ao poder sem nenhuma experiência e “com a idéia esquerdista de que os países mais desenvolvidos estão contra os menos desenvolvidos”, ele se saiu muito bem na política externa pela sua “propensão a assumir uma abordagem pragmática em vez de ideológica”. Mas há um problema: “ainda existe uma tensão notável entre as ações e a retórica do presidente, que muitas vezes assume um discurso de ‘norte contra sul’ ou ‘nós contra eles’”, diz o embaixador.



8- Lula é encantador (para Michelle Bachelet, pelo menos)

Para a ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, nenhum dos candidatos à presidência do Brasil possuía as qualidades de Lula. “Ela descreveu José Serra como arrogante e (…) Dilma Roussef como distante e formal”, diz um relatório americano de janeiro deste ano. O documento revelou também que, para ela, o Brasil não representava um papel assim tão importante na maioria dos assuntos da América Latina. “Por outro lado, o Brasil tem sido sempre um bom aliado para o Chile, ela afirmou, descrevendo o presidente Lula como inteligente e encantador”.



9- Brasil prende terroristas árabes em segredo

Documentos confidenciais revelaram operações antiterroristas no Brasil com o apoio americano. Um relatório de dezembro de 2009 da embaixada americana cita a prisão, em maio daquele ano, de um integrante da Al Qaeda em São Paulo, feita pela Polícia Federal. E esse não foi um fato isolado. “A polícia frequentemente prende indivíduos ligados ao terrorismo, mas os acusa de uma variedade de crimes não relacionados a isso para não chamar a atenção da imprensa e dos altos escalões do governo“, disse o então embaixador Clifford Sobel em outro relatório, de janeiro de 2008. O governo sempre negou a existência de atividades terroristas no Brasil e isso se daria “em parte pelo medo da estigmatização da grande comunidade islâmica no Brasil. Também é uma postura pública que visa evitar associação à guerra ao terror dos EUA, vista como agressiva demais”, diz ele.



10- Será preciso suar para conquistar a confiança dos brasileiros

Um documento da embaixada americana revela a preocupação com o ceticismo brasileiro a respeito da sinceridade do interesse dos EUA em seu relacionamento com o Brasil e a região como um todo. “Existe uma falta de visibilidade em relação ao lado positivo da América, o que a América tem feito, inclusive nossa preocupação histórica para com o bem comum e nossa tradição de responsabilidade corporativa e serviços à comunidade. Devemos encontrar formas de alterar estas percepções, enfocando projetos e parcerias que demonstrem o nosso compromisso e preocupação genuína com o povo do Brasil”, diz o texto.



11- Nordeste pode ser caminho para EUA ganhar simpatia dos brasileiros

Já que o Brasil mantém essa desconfiança em relação às intenções americanas, os EUA vêem como opção atuar em áreas menos ideológicas. Relatório do governo sugere, por exemplo, maior engajamento junto ao nordeste brasileiro, “uma região com mais de 50 milhões de pessoas, com enormes disparidades na distribuição de renda e um padrão de vida inferior ao da Bolívia”. Mais do que isso, “essa região poderia ser o segundo maior país em tamanho e população da América do Sul”. Outra opção é ajudar no combate ao crime. “O crime também é uma preocupação constante nesse violento país e é um campo em que nós poderíamos ter um impacto significativo”, continua o texto.



12- Governo americano não botava fé na Dilma como empreendedora por ser ex-guerrilheira

Apesar da desconfiança, a embaixada americana revelou o alto grau de interesse do governo brasileiro em ampliar as relações comerciais e criar novas parcerias público-privadas com os EUA. A surpresa vem da adesão de Dilma Roussef à ideia: “Este sentimento pode até mesmo ser ouvido de Dilma Rousseff, cujo passado ideológico como militante de esquerda dificilmente sugere tal espírito empreendedor”.



13- França e Brasil: o início de uma relação de amor

A relação entre o Brasil e a França foi tema de um relatório com o título acima, feito em novembro de 2009 pela embaixada americana em Paris. Segundo o documento, deverá ocorrer um maior engajamento político, militar, econômico e diplomático nos próximos anos entre os dois países e isso deve beneficiar a reeleição do presidente francês Sarkozy. “Empenhado em expandir o papel da França como intercessor global”, ele irá ampliar sua presença na América Latina e poderá usar o “triunfo da política externa com o Brasil como uma indicação de suas proezas” para a reeleição em 2012.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

PLACAS DO MERCOSUL

O Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, estuda a criação de uma placa comum para os veículos da região, que pode ser aprovada durante a cúpula que os presidentes do organismo realizarão na próxima semana, informaram nesta quinta-feira fontes oficiais.


Segundo o embaixador Antonio Simões, subsecretário-geral de América do Sul do Ministério das Relações Exteriores, o projeto já foi aprovado em nível técnico e será submetido à consideração dos chefes de Estado na reunião que será realizada na cidade de Foz do Iguaçu (PR) nos dias 16 e 17 de dezembro.



Em entrevista coletiva, Simões mostrou o modelo de placa proposto, que tem fundo amarelo e será usado nos ônibus que servirão para transportar os líderes durante a cúpula, e que, além disso, utilizarão etanol e álcool como combustível.



"Queremos que as pessoas se sintam cidadãs de seu país, mas também do Mercosul, como na União Europeia", declarou o diplomata.



Simões disse que a ideia é que as placas comecem a ser usadas dentro de dois anos por caminhões de carga, e que depois se estendam aos ônibus e os carros de turismo até abranger todos os transportes do bloco.



Antes disso, segundo ele, será necessário unificar os registros atuais e futuros de todos os veículos dos quatro países-membros do bloco.

SAKINEH LIBERTADA

A viúva iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento, foi libertada juntamente com o seu filho e o seu advogado, anunciou hoje (9) o Comitê Internacional Contra Apedrejamento, sediado na Alemanha.



“Recebemos do Irã a informação de que [Sakineh e o filho] estão livres”, disse Mina Ahadi, porta-voz do comitê, uma das organizações envolvidas numa vasta campanha internacional pela libertação da iraniana.



“Ainda aguardamos uma confirmação. Nesta noite deverá ser difundido um [um informe] [num] programa na televisão, e teremos a certeza absoluta. Mas, sim, ouvimos dizer que [Sakineh] está livre, tal como o seu filho e o seu advogado”, informou Mina Ahadi.



Sakineh Mohammadi-Ashtiani foi condenada à morte por dois tribunais distintos em 2006, pelo suposto envolvimento na morte do marido.



A condenação à morte foi convertida em dez anos de prisão em 2007, mas a condenação ao apedrejamento por adultério foi confirmada no mesmo ano por outro tribunal de recurso.



A revelação deste caso em julho passado por associações de direitos humanos suscitou em uma vigorosa reação no Ocidente, com numerosos países solicitando a não aplicação da sentença, considerada “bárbara”.



Em julho, durante a Cúpula do Mercosul, na cidade argentina de San Juan, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre o caso de Sakineh. Na ocasião, ele manifestou disposição de conversar com o governo iraniano, mas ressaltou que a questão era assunto interno do Irã. "Cada país tem suas leis, sua religião", disse Lula. "Nós temos que respeitar o procedimento de cada país. Se aprendêssemos a respeitar a soberania de cada país, seria muito, muito melhor."



Ele também negou, na ocasião, ter feito pedido de asilo para Sahineh. "Fiz um pedido mais humanitário do que uma coisa política." Lula disse que leu nos jornais que Sakineh poderia ser morta por apedrejamento ou enforcamento e que não considera nenhum dos dois tipos de morte “humanamente aceitável”. Ele explicou que, por considerar bárbaro o apedrejamento, disse, na época que o Brasil receberia a iraniana "de braços abertos”.



Na semana passada, a presidenta eleita, Dilma Rousseff, afirmou que era contra a execução de Sakineh. “Sou contra o apedrejamento da iraniana. Acho uma coisa muito bárbara, mesmo considerando os costumes de outros países”, disse Dilma.



Em setembro, o procurador-geral do Irã, Gholam-Hossein Mohseni-Ejei, informou que a sentença de morte de Sakineh seria modificada de apedrejamento para enforcamento. Segundo ele, a mudança ocorreu porque a viúva seria punida por cumplicidade na morte do marido, e não por adultério. Assassinato no Irã é punido com enforcamento. O Ministério das Relações Exteriores do Irã, por sua vez, anunciou que a sentença de morte por apedrejamento estava suspensa, embora o caso continuasse a ser analisado e Sakineh ainda pudesse ser executada.

LUTA ANTI-TERROR

O Ministério das Relações Exteriores negou nesta quinta-feira temores sobre a possibilidade de atos terroristas nas Olimpíadas de 2016.




Telegrama da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília revela que diplomatas americanos ouviram de integrantes do Itamaraty a preocupação de que terroristas podem atingir o país durante os jogos, que serão realizados no Rio de Janeiro. A correspondência, divulgada hoje no site Wikileaks, foi antecipada pela Folha.



"O Brasil não é alvo de terrorismo. Naturalmente, como as Olimpíadas e a Copa são eventos de grande importância internacional, serão tomadas as precauções na área de segurança", informou a assessoria de imprensa do Itamaraty.



A diplomata Vera Alvarez, chefe da Coordenação-Geral de Intercâmbio e Cooperação Esportiva do ministério, não quis se pronunciar. Ela foi citada no telegrama como a fonte que passou a informação para a embaixada dos Estados Unidos.

ITAMARATY ANTI-AMERICANO

 O governo dos Estados Unidos classifica o Itamaraty como um foco "antiamericano" dentro do governo brasileiro, mostram confidenciais de diplomatas daquele país vazados pelo site WikiLeaks.


Os documentos ainda afirmam que o chanceler brasileiro, Celso Amorim, tem uma "obsessão" por um lugar permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Em um telegrama secreto de 2009 da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, um lugar na ONU é o que estaria levando o País a se comprometer no envio de tropas ao Haiti.



"O Itamaraty tem se mantido comprometido com a iniciativa (tropas de paz no Haiti) porque acredita que a operação serve à obsessiva meta internacional do ministro Amorim de qualificar o Brasil para um assento no Conselho de Segurança da ONU", afirma um telegrama secreto de 2009 da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília.



Em outros documentos revelados também pelo WikiLeaks, o governo americano ainda ordenou que Brasil, Índia, Alemanha e Japão fossem espionados em sua ofensiva para obter um lugar no Conselho de Segurança e na reforma da ONU. O governo americano anunciou que apoiaria a candidatura da Índia ao Conselho de Segurança, mas silenciou sobre o Brasil.



Em outro relatório vazado pelo site, o ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, afirma que o ministro brasileiro da Defesa, Nelson Jobim, disse que o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, teria "ódio dos Estados Unidos". Jobim negou a informação e explicou que apenas descreveu Guimarães como "um nacionalista".



Preocupações



Ao contrário do Itamaraty, o ministro da Defesa é visto como "simpático" aos Estados Unidos. Ele também teria contado a Sobel que o presidente boliviano, Evo Morales, teve um "sério tumor na face", e que o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, ofereceu ao colega diagnóstico e tratamento em um hospital paulistano.



O documento, datado de 22 de janeiro de 2009 e enviado da Embaixada dos EUA em Brasília ao Departamento de Estado americano, não informa se Morales aceitou. O governo boliviano desmentiu a informação e afirmou que Morales fez uma cirurgia para corrigir uma sinusite aguda.



O ministro da Defesa ainda teria admitido a Sobel, em fevereiro de 2008, a preocupação do governo brasileiro com a possibilidade de a Venezuela desestabilizar a região. Ele ainda reconheceu que a presença das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no país de Hugo Chávez.



Ontem, Lula falou pela primeira vez sobre os documentos vazados. Segundo ele, os relatórios são "insignificantes" e "não merecem ser levados a sério". "Não sou obrigado a acreditar num telegrama de um embaixador americano ao invés de acreditar no meu ministro. Por que tenho que acreditar no americano, que já nem é mais embaixador aqui?", questionou.



O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, afirmou que a "próxima vítima" do site será "um grande banco dos Estados Unidos". Ele não deu mais detalhes, mas em uma entrevista dada à revista "Computerworld", Assange disse ter de dados do Bank of America.

ZOPACAS

A capital federal do Brasil acolheu esta semana, nos dias 6 e 7, uma Mesa Redonda com o propósito de debater a revitalização da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul, (ZOPACAS), informou nesta quinta-feira (9), em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.




Estabelecida em 1986 pela Assembléia Geral das Nações Unidas, com base em iniciativa brasileira, a ZOPACAS é integrada por 24 países: África do Sul, Angola, Argentina, Benin, Brasil, Cabo Verde, Cameroun, Congo, Côte d’Ivoire, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Libéria, Namíbia, Nigéria, República Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe, Senegal, Serra Leoa, Togo e Uruguai.



A Mesa Redonda de Brasília permitiu uma discussão, em nível técnico, de possibilidades de cooperação entre os países-membros em diversas áreas e constituiu etapa de preparação para reunião ministerial, a ser realizada no Uruguai, possivelmente em 2011.



De acordo com o comunicado do Itamaraty, na Mesa Redonda identificaram-se, como áreas passíveis de desenvolvimento de projetos comuns de cooperação, entre outras, o mapeamento e exploração dos fundos marinhos, proteção e preservação de recursos marinhos, transporte marítimo e aéreo, segurança portuária, cooperação em matéria de defesa, segurança marítima e combate a crimes transnacionais.

FUTURO DA DIPLOMACIA BRASILEIRA

 Para todas essas opções, a linha é continuísta. “Patriota é herdeiro intelectual do Amorim. Todos os outros também são muito alinhados a ele. A única possibilidade de alguma pequena mudança seria Jobim, o que sinalizaria uma movimentação em relação ao plano militar na política externa”, avaliou Alberto Pfeifer, membro do Conselho Empresarial da América Latina e analista do Grupo de Análise de Conjuntura Internacional da Universidade de São Paulo (Gacint-USP).




Para Christian Lohbauer, também membro do Gacint, estes nomes fazem parte de uma escola ‘nacionalista’ do Itamaraty, que começou com Araújo Castro, diplomata do período imperial. “Eles foram doutrinados conforme o pensamento de que o Brasil pode mudar a geografia nacional, priorizando a agenda sul-sul, o que não traz benefício econômico nenhum”, afirmou.



Nesta estratégia, segundo Lohbauer, Lula se saía melhor. “Ele tem uma personalidade que se impõe, e foi criada uma imagem dele no mundo por sua história de vida. Esse carisma Dilma não tem. Ela é mais técnica", disse. "Na política externa, não haverá o mesmo traquejo e a mesma popularidade que Lula teve. Por isso, Dilma será ainda mais refém dessa escola. Montarão a agenda dela e terão muito mais força do que tinham com a autonomia moral de Lula.”


 A nova chancelaria deve continuar a abrir embaixadas. Sob a batuta de Lula, o Ministério das Relações Exteriores inaugurou 62 representações diplomáticas e consulares pelo mundo. Atualmente, o país conta com 212 postos.



Muitos destes postos, no entanto, não têm qualquer relevância no cenário político e econômico internacional. “É a miragem do Brasil potência. Partindo disso, passa-se a acreditar que o país pode interferir em assuntos como o conflito no Oriente Médio e a questão nuclear no Irã”, afirmou Magnoli. “Essa miragem foi a base da política externa do governo Lula, continuará sendo a do governo Dilma, e faz com que o Brasil multiplique suas embaixadas em uma campanha estridente para conseguir uma cadeira permanente no conselho de segurança da ONU. Ou seja, a cara da nova política externa é a mesma da anterior.”

RECONHECIMENTO DA PALESTINA

A Argentina anunciou nesta segunda-feira (6) que reconhece a “Palestina como Estado livre e independente dentro das fronteiras definidas em 1967”. A decisão ocorre três dias após o Brasil anunciar seu reconhecimento, o que provocou críticas por parte de Israel.




O anúncio de reconhecimento do Estado palestino, de população árabe e muçulmana, foi feito pelo ministro das Relações Exteriores do país vizinho, Héctor Timerman, que é judeu.



Assim como o Brasil, o governo argentino reconhece o país dentro dos limites de 1967. Neste ano, após a Guerra dos Seis Dias, Israel conquistou o controle do deserto do Sinai (território do Egito), da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental (territórios palestinos) e das colinas de Golã (da Síria). Desde então os israelenses ainda ocupam partes do território palestino, contrariando decisões da ONU (Organização das Nações Unidas).



A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, enviou uma carta ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, informando sua decisão.



Horas depois, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel considerou "lamentável" a decisão da Argentina de reconhecer o Estado palestino.



Na última semana, o governo de Israel também se disse “decepcionado” com a decisão brasileira, afirmando que o ato repercutirá negativamente no processo de paz da região.



Mais de cem países reconhecem o Estado palestino



A Argentina e o Brasil passam a integrar uma lista de mais de cem países que reconhecem o Estado palestino, entre eles todos os árabes, a maior parte da África, além de muitas nações da Ásia e do leste da Europa.












...

Após o reconhecimento brasileiro, um dos porta-vozes do governo palestino, Xavier Abu Eid, disse que outros sete países latino-americanos se mostravam dispostos a manter conversas bilaterais para reconhecer a independência palestina pelas fronteiras de 1967.



Eid disse esperar que “uma onda de reconhecimentos latino-americanos como a que houve após 1988 [por causa da Declaração de Independência Palestina] em outras partes do mundo".

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

PARANÓIA NA DEFESA DA AMAZÔNIA

Nos telegramas da diplomacia dos EUA sobre a Estratégia de Defesa Nacional, há um trecho no qual a defesa da Amazônia é a apontada como uma "tradicional paranoia brasileira".



São feitas referências à histórica preocupação de certos setores do governo e do meio político no Brasil em relação a organizações não governamentais e ao que os norte-americanos chamam de "forças estrangeiras obscuras".



"Um dos mais notáveis elementos da Estratégia [Nacional de Defesa] é o foco na defesa da região amazônica. Embora o documento aponte os desafios de segurança na região por causa de falta de controle nas fronteiras e de vizinhos potencialmente instáveis, o texto também satisfaz a tradicional paranoia brasileira a respeito de ações de organizações não governamentais e forças estrangeiras obscuras que são popularmente consideradas como ameaças potenciais à soberania do Brasil", diz um trecho do documento confidencial.