domingo, 8 de maio de 2011

BLOGS A SERVIÇO DA COMUNIDADE INTERNACIONAL

Criado em 2007, blog esteve proibido vários anos na Tunísia A tunisiana Lina Ben Mhenni, vencedora do The BOBs 2011, o concurso internacional de blogs promovido pela Deutsche Welle, desafiou a pressão e a censura do regime do então presidente Ben Ali para reportar ao mundo o que acontecia em seu país. Nos posts em francês, inglês e árabe, a professora da Universidade de Túnis escreve sobre o desenvolvimento social e político de seu país e sobre a repressão e a violência que marcaram os conflitos entre dezembro do ano passado e janeiro último.



Durante os protestos, ela viajou para as cidades de Sidi Bouzid e Kasrine e viu de perto as manifestações populares contra o regime. Após a queda de Ben Ali, a docente de 27 anos escreve no blog "A Tunisian Girl" (Uma garota tunisiana) sobre o difícil caminho de país rumo à democracia.



Criado em 2007, seu blog esteve proibido durante muito tempo na Tunísia e só podia ser lido no exterior. O júri a escolheu por ela ser um exemplo de coragem e engajamento contra injustiças.



Deutsche Welle: Usar seu nome verdadeiro poderia tê-la colocado em risco. Por que você não adotou um pseudônimo?



Lina Ben Mhenni: Quando se escreve para defender os direitos humanos e a liberdade de expressão, é mais confiável para quem lê quando se coloca o nome verdadeiro. Quando você convoca as pessoas para se engajarem em uma causa, elas confiam mais quando você mostra a sua cara.



Blogar parece ser um trabalho solitário. Há pessoas que te ajudaram, antes mesmo da queda do presidente Ben Ali, e que ainda estão com você?



Sim, claro. Você não consegue fazer tudo sozinho. A maioria dos que me ajudam são blogueiros. É verdade que eu tento trabalhar sozinha. Mas em várias ocasiões tenho trabalhado em conjunto com outros blogueiros, dando apoio para pessoas que sofrem com injustiças e censuras.



Fala-se muito sobre o papel da internet durante os acontecimentos na Tunísia e no Egito, e também na Líbia e em alguns países do Golfo Pérsico. Em sua opinião, como a internet influenciou e ainda influencia nestes movimentos?



A mídia tradicional não reportou completamente os acontecimentos na Tunísia. Então, inevitavelmente, a internet teve que desempenhar este papel. A internet tornou possível mostrar o que estava acontecendo e envolver as pessoas.