domingo, 8 de maio de 2011

Computadores retirados de local onde Bin Laden morreu são 'mina de ouro'

A quantidade é "impressionante", reconheceu o diretor da agência de inteligência americana, a CIA, Leon Panetta.



"Uma dezena de computadores e discos-rígidos e cerca de 100 CDs, DVDs e arquivos em USB", confirmou à AFP uma autoridade americana sob anonimato.



A CIA formou rapidamente um grupo de trabalho com membros das agências governamentais e da Justiça para "fazer esses computadores falarem" e rastrear os milhares de documentos que poderiam conter. "Ficarei muito surpreso se não encontrarmos uma verdadeira mina de ouro", disse John McLaughlin, ex-número 2 da CIA.



McLaughlin deu como exemplo o computador de Ahmed Ghailani, um dos autores dos atentados contra as embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia em 1998. Os arquivos encontrados em seu computador permitiram prevenir um atentado contra as instituições financeiras em Nova York, disse.





"Com certeza encontraremos elementos sobre alvos em potencial e sobre o financiamento. Poderemos também nos inteirarmos de aspectos sobre seus principais pontos de apoio", detalhou MacLaughlin à CNN.



Segundo Michael Leiter, diretor do Centro Nacional Antiterrorismo dos Estados Unidos, “trata-se sobretudo de detectar as ameaças que estão em marcha e de alcançar outros objetivos no seio da Al-Qaeda, como o número 2 da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri”.



O procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, disse no Senado que "provavelmente" aparecerão novos nomes que se somarão aos terroristas listados pelos Estados Unidos.



Para James Lewis, ex-militar especializado em inteligência do Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos dos Estados Unidos, alguns elementos poderão ser analisados rapidamente, mas outros necessitarão de estudos mais detalhadas para que sejam úteis.



Sem internet nem telefone em sua residência, Bin Laden - consciente dos riscos de interceptação por parte dos Estados Unidos - recorria a emissários. "Ele fazia assim há 10 anos. Os CDs permitiam evitar as redes de informática", explica Lewis, para quem é muito provável que uma parte dos dados esteja criptografada.